Depois da salvação de Ana Barbosa e Fábio Faísca, o tema da sanção de Ricardo devido às insinuações de comportamentos abusivos com Joana, sem o seu consentimento, foi debatido na gala do "Big Brother", deste domingo, 7 de novembro.
"Nós fazemos aquilo que dois namorados fazem", começou por explicar Joana, sozinha no confessionário, em conversa com Manuel Luís Goucha e Cláudio Ramos. A concorrente garantiu que, entre o casal, todos os comportamentos são consentido e negou, alguma vez, ter sentido qualquer tipo de abuso.
Já Ricardo, reconheceu que "nunca devia ter falado em masturbação". Questionado por Manuel Luís Goucha se tinha algo a dizer aos portugueses que tivessem ficado com uma ideia errada, "instigados pelas redes sociais", o comissário de bordo mostrou-se arrependido pelo que disse e emocionou-se: "Reprovo totalmente aquele tipo de conversas. (...) Quero pedir imensa desculpa aos meus filhos que não devem ter sentido muito orgulho nessa atitude que tive (...), aos meus pais e aos meus amigos, que devem ter levado com uma situação que não é muito agradável."
O concorrente reconheceu que existem "momentos para brincar" e que "aquele não era o momento para brincar". Ressalvando que "não é para ficar bem", desculpou-se, ainda, "a quem possa ter realmente afetado com aquela conversa". Confessou-se "arrependido" e garantiu que "reprova" o comportamento, sublinhando: "Toda a minha vida eu errei. Já errei muito na minha vida e aqui dentro não sou uma pessoa diferente do que sou lá fora, voltei a errar, voltei a aprender com este erro".
Enquanto Ricardo estava no confessionário, Cláudio Ramos também se manifestou: "Eu não gostei nada da sua conversa, reprovo completamente, não compactuo com ela e não a subscrevo, achei feia, mas, enquanto apresentador, quero também dizer que confio em si a 100% enquanto concorrente".
Manuel Luís Goucha acrescentou que, enquanto apresentadores, sabem "o que se passa dentro da casa em todos os cantos e recantos", pelo que deixou uma garantia: "Temos a certeza que nunca foi abusador de forma alguma".
"Eu não posso tolerar o que as redes sociais fazem. São verdadeiros apedrejamentos públicos. São verdadeiros ditadores, talibãs do digital, que podem arruinar a vida de uma pessoa", rematou o apresentador de "Goucha".
A única comentadora presente na gala do "Big Brother", A Pipoca Mais Doce, começou por salientar: "Uma coisa foi o que o Ricardo disse, outra coisa foi o que o Ricardo fez. Eu acho que, em consciência, qualquer pessoa que tenha dois dedos de testa, sabe que o Ricardo não fez, objetivamente, aquilo que ele sugeriu ter feito."
Para Ana Garcia Martins, "tem tudo que ver com a forma como o Ricardo se exprimiu", dado que, na sua opinião, as "sucessivas justificações" do comissário de bordo, após as insinuações dos comportamentos abusivos com Joana, "foram sempre sendo piores".
A comentadora estabelece uma comparação com um episódio do "Big Brother — Duplo Impacto": "Não podemos tirar a seriedade e gravidade do que foi dito. Da mesma forma quando o Hélder foi expulso por ter feito a saudação Nazi. Eu não acredito que o Hélder saia da casa e vá enfiar judeus numa câmara de gás, da mesma forma que eu não acredito que o Ricardo disse aquilo e que abusa da Joana, é preciso diferenciar as coisas."
Em relação à repercussão que os comentários tiveram nas redes sociais, a comentadora foi assertiva: "Eu vivo nas redes e mais do que ninguém sei o que é ser crucificado injustamente. Mas estamos a falar de coisas diferentes e aquilo que o Ricardo disse tem peso e foi isso que as pessoas exigiram: que o tema fosse falado, que não fosse ignorado, que era o que estava muito em risco de acontecer se não houvesse essa pressão das redes sociais".
Considera que a nomeação do concorrente foi justa, pela "forma leviana como se falou de abusar sexualmente uma mulher e não haver consentimento", mas ressalva: "Não acho, em momento algum, que ele tenha sido abusivo, mas o que ele disse foi".
A família dos concorrentes interveio no debate. Elisabete, mãe de Ricardo, garante que Martim, de 7 anos e Francisco, de 11, filhos do comissário de bordo, "por incrível que pareça, acham que é ridículo" e não tiveram acesso aos comentários negativos sobre o pai. "O Ricardo já explicou, a Joana já desmentiu, o Big confirmou tudo o que foi dito, as imagens foram vistas e revistas por várias pessoas (...), portanto, já foi confirmado que ele é inocente de uma acusação vil, horrenda, nas redes sociais, de comentadores."
Ainda assim, sublinha: " Como mulher, é evidente que eu consigo perceber que é complicado ouvir. Se este debate poderá ter servido para alguma mulher dizer um 'ai' em algum canto do País, já valeu a pena."
Em contacto com os apresentadores por via telefónica, Vanda, mãe de Joana, não quis comentar a relação dentro da casa do "Big Brother", nem se Ricardo "dava um bom genro"."A minha preocupação era saber como é que a minha filha estava. (...) É verdade que a brincadeira foi muito infeliz e desrespeitosa, mas a situação acabou por tomar outras proporções. (...) A minha filha ficou estupefacta porque não estava a perceber o que é que se tinha passado. (...) As pessoas perdem a noção, por isso é que isto se passou tudo."
Depois de insinuações das familiares dos concorrentes de que os comentadores contribuíram para dar uma proporção maior à situação, a Pipoca Mais Doce, defendeu-se, sempre assegurando que "a nomeação é justa". "Tenho a certeza que nenhum de nós [comentadores do "Big Brother"] achou e verbalizou em momento algum que o Ricardo tinha, efetivamente, feito alguma coisa à Joana. (...) O que nós condenámos foi, efetivamente o que foi dito, a temática que foi abordada e exigimos que houvesse uma consequência", fazendo um paralelismo com outras situações que ja aconteceram no 'Big Brother' e em outros reality shows.
Joana Schreyer e António Bravo foram salvos pelos portugueses. Ana Morina, Felicidade Sá e Ricardo Pereira continuam em risco de expulsão na gala do "Big Brother" deste domingo, 7 de novembro.