
Numa altura em que o streaming está cheio de séries médicas que prendem do primeiro ao último minuto qualquer espectador (o caso mais recente foi “The Pitt”), a Netflix surpreende com uma proposta bem diferente e muito mais próxima da realidade. Com o nome de "Urgências: Vida ou Morte", esta é uma série documental que mostra, sem filtros, o que acontece nos bastidores do sistema de trauma grave de Londres, e promete dar conhecer os esforços que profissionais e famílias fazem todos os dias.
Ao longo de 21 dias intensos de filmagens, o público acompanha o trabalho das equipas do Serviço Nacional de Saúde britânico, desde o momento em que o telefone toca até às cirurgias que podem mudar, ou até mesmo salvar, uma vida. Filmada com 40 câmaras e com acesso total a quatro dos principais hospitais de Londres, esta produção promete oferecer uma visão rara da resposta coordenada a traumas graves, seguindo todo um sistema em ação.
O espectador conhece, por exemplo, a médica Marie Healy, o cirurgião Ibraheim El-Daly ou ainda o diretor clínico Malcolm Tunnicliff, segundo a revista “Martin Cid”, três profissionais que tomam decisões importantes no meio do caos. Mas não é só isso: é a constante partilha de dúvidas e dilemas tornam a série ainda mais especial, com o espectador a conseguir olhar para os profissionais de saúde como eles realmente são. É um olhar mais humano sobre quem lidera as equipas, o que só torna a série mais impactante.
E quando dizemos que o espectador tem acesso aos bastidores, é porque tem mesmo acesso a tudo, até àquilo que acontece antes de o paciente chegar, de acordo com a mesma revista. O trabalho dos paramédicos, o papel das ambulâncias aéreas e o esforço conjunto entre serviços públicos são o que mantém os hospitais a funcionar. Além disso, os bastidores continuam depois: a narrativa não termina na cirurgia, e continua sim até à reabilitação, à recuperação e às mudanças de vida.