As séries e filmes sobre espiões e mundos alternativos parecem não acabar - e não nos estamos a queixar, de todo. Sendo este um dos géneros mais aclamados pelo público, existindo produções tão conhecidas como “007”, “Kingsman”, “Missão Impossível” e até algumas pertencentes ao mundo da Marvel, não há nada melhor para os fãs deste género do que novas séries e filmes para ver com enredos e muita ação para contar, e a MAGG dá a conhecer a ideal. 

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Se nunca ouviu falar de “Citadel”, produzida pelos irmãos Anthony e Joe Russo, saiba que esta é a nova série de espiões do momento. Protagonizada por Richard Madden e Priyanka Chopra-Jonas, a produção dá-nos a conhecer o mundo Citadel, uma organização de espiões que não está vinculada a nenhum país, e que tem como único objetivo assegurar a proteção de todos os cidadãos do mundo e de combater a Manticore, os tão conhecidos maus da fita.

E sim, depois do sucesso da primeira temporada, que saiu em 2023, “Citadel” já começou as gravações da segunda para não perder pitada, mas, entretanto, não se preocupe: se ficou intrigado só por este bocadinho, saiba que há muito mais a chegar.

Sendo que “Citadel” não pertence a nenhum país, este universo espalha-se por todo o mundo, e a verdade é que também isso vai ser retratado na Prime Video, a plataforma de streaming que detém a série. É já na quinta-feira, 10 de outubro, que “Citadel: Diana” vai chegar ao streaming português, uma série deste universo que, em vez de se passar na Inglaterra como a série norte-americana, irá passar-se em Itália. Com cenários e personagens italianas, esta vai ser a primeira produção que fará de “Citadel” algo global, uma vez que mais novidades deste universo ainda estão para vir. 

“Citadel: Diana” tem, assim, uma história de espionagem centrada numa poderosa protagonista feminina, interpretada pela italiana Matilda De Angelis. No entanto, não esteja a contar com algo parecido a “Citadel”. Enquanto que na série norte-americana os telespectadores ficam a conhecer um pouco do passado e o presente da organização, com dois dos espiões mais mortíferos da Citadel, a série italiana passa-se inteiramente no futuro, em 2030, oito anos depois de a organização ter caído.

Aqui, Diana encontra-se no meio das bases da Citadel e da Manticore de Milão, uma vez que era uma infiltrada no lado mau da força para descobrir quem matou os seus pais, e acabou por passar esses mesmos oito anos presa na Manticore. Contudo, é agora que vê a oportunidade perfeita para sair.

Com tanta ação e suspense, a MAGG não podia deixar a nova série de lado e, a convite da Prime Video, viajou até Londres para falar com a atriz principal, Matilda De Angelis, e com a produtora, Gina Gardini, de “Citadel: Diana”, para descobrir tudo o que aí vem. Com novas personagens intrigantes e desafiadoras e uma bonita história de amor entre irmãs, a nova série vem acrescentar mundo a este universo, usando do privilégio que é poder falar na sua própria língua - mas não vamos dar spoilers, mais tarde sairá uma crítica ao primeiro episódio. Por agora, fiquemo-nos pela conversa. 

Leia a entrevista.

Algo muito interessante sobre “Citadel: Diana” é que não só vemos o lado, claro, da Citadel, como também da Manticore. Gina, foi sua a ideia de retratar o lado dos vilões da série? Como é que isto foi pensado?
Era sobretudo sobre estar na minha zona de conforto. Eu fiz vários filmes e séries e todos eles foram feitos do lado em que retratamos o vilão, então a escolha foi fácil. Eu acho que os vilões normalmente fazem as personagens mais interessantes, e quando fomos convidados para fazer esta série, e graças a todo o sucesso que tivemos nesses outros projetos que fiz e que os irmãos Russo viram, sentiu-se que a decisão era algo muito orgânica e natural. 

A “Citadel” norte-americana é contada através dos olhos da Citadel, e um dos nossos objetivos era explorar algo que não estava nessa série, então foi algo muito natural virar a mesa e contar a história do ponto de vista da Manticore, mas, claro, sempre sem abandonar a Citadel. Então é através dos olhos da Diana que vemos isso, uma agente da Citadel que está presa no meio dos dois grupos, uma espiã, uma infiltrada durante oito anos que não conseguiu sair. 

É nesta Manticore que o público encontra uma personagem tão poderosa e forte como a Diana. Matilda, como é que foi a preparação para um papel com duas personalidades tão diferentes e definidas, tanto no seu passado como no seu futuro?
Eu comecei com a preparação física, porque para mim ler o guião foi logo a parte divertida, mas eu queria poder fazer os meus stunts, aqueles que eu estava a ler. Para mim era muito importante abraçar toda a minha personagem, portanto comecei por aí e tive quatro meses de muito treino, mas foi mesmo a parte mais divertida, apesar de ser também a que me deu mais desafios. No entanto, apesar de toda a ação, no fim a Diana é uma personagem com muito drama, então a sua parte principal é a parte sentimental, esse é o fundo da sua história. E é aí que elas são diferentes. 

Para fazer isto sabia que tinha de personificar duas Dianas diferentes, a Diana do passado e a Diana do futuro, e sabia que elas tinham de estar conectadas e ao mesmo tempo tinham de ser muito diferentes uma da outra. O segundo episódio da série é um turning point para ela, onde ela percebe que o treino para ser uma espiã é mais mental que físico.

O físico vem depois quando ela for para a Manticore, mas a parte mental foi a mais importante, então para mim, para ser capaz de abraçar a personagem toda, tive mesmo de me apaixonar por ela, o que foi muito fácil. Foi reconhecer os seus traumas e perceber que o seu objetivo final, das duas Dianas, é libertar-se do seu passado, e possivelmente da Manticore, para ser quem ela realmente é.

Diana fica presa durante oito anos na Manticore depois de entrar para tentar descobrir quem são os seus pais e de ver a Citadel cair, não conseguindo mais sair. Nota-se frustração e irritação no seu olhar. O que é que a Matilda acha que a faz não desistir do seu objetivo?
Eu acho que é o amor, a família ou o que resta da família dela, que neste caso é a irmã. No final desses oito anos, acho que a Diana decide finalmente sair da Manticore quando percebe que a relação com a sua irmã, que para ela é o centro do seu mundo, começa a desfazer-se em pedaços, então é aí que ela percebe que para salvar o que resta da sua família ela precisa de abandonar o pensamento de descobrir quem é que matou os seus pais.

Ela tem família que resta, mas ela esquece-se disso, por isso é que ela depois começa no trajeto que começa na Manticore, na loucura de tentar descobrir quem assassinou os seus pais, e esquece-se da irmã. Eu acho que a razão é amor, no final.

Ao contrário de “Citadel”, esta série passa-se no futuro. Desde as roupas à tecnologia, é tudo muito futurista sem se perder a sensação de que, na verdade, também pode ser real. Gina, no que é que se inspirou para criar o ano de 2030 em Itália?
Era muito importante para nós que todos os aspetos da nossa série fossem realistas. O nosso objetivo é, primeiro que tudo, que a audiência italiana veja a série, então nós também quisemos fazer algo e criar algo que fizesse com que eles conseguissem visualizar um futuro que podia ser real, tangível, tremendamente e assustadoramente plausível, que aquilo poderia realmente acontecer em algum lugar no mundo nos próximos cinco anos.

Mas não queríamos passar a barreira de algo muito científico, algo muito distópico, e então o que fizemos foi olhar para o passado italiano, e um passado muito específico de arquitetura e arte dentro do fascismo, e foi como construímos o futuro de Itália. Foi também o porquê de termos escolhido Milão, por causa desse passado específico, e eu acho que fizemos um bom trabalho em criar algo que não é o agora, então não é o que as pessoas estão habituadas, mas ao mesmo tempo criar algo que não parece assim tão longínquo, que estás num sítio que não vamos conseguir identificar.

Matilda, qual é a sensação de fazer uma personagem que pode falar a sua própria língua e de mostrar, ainda que pequenos, os encantos deste país europeu num universo em que a história foi conhecida pela primeira vez em norte-americano?
É muito bom nos dias de hoje teres a capacidade e a oportunidade de te tornares numa atriz internacional estando no teu próprio país e a falar a tua própria língua. É, na verdade, uma boa globalização, ou pelo menos a parte boa daquilo que é a globalização.

Foi mesmo muito bonito porque a Itália de que nós falamos não é uma Itália muito comum de ver em televisão, nem em Itália vemos isto também, e não representa o seu típico cliché, porque a verdade é que Milão é a cidade mais internacional que temos em Itália por causa da sua história e arquitetura, mas não é isso que retratamos, e estou muito feliz por isso e também mesmo muito orgulhosa.