O comenta Neowise passou pelo Gerês no fim de semana de 18 e 19 de julho e o fenómeno não escapou ao fotógrafo de paisagem Vitor Ferreira, que rumou até ao Gerês para fotografar uma "única oportunidade em 6800 anos", como explica na sua página de Facebook. A publicação onde conta e mostra a imagem do cometa que está a impressionar Portugal.

Na foto é possível ver o um céu estrelado em contraste com a água do rio na qual está refletida a sombra de uma árvore, mas o destaque vai mesmo para o cometa que ilumina o fim do dia num dos fins de semana de julho.

O feedback à fotografia é muito positivo. "Vitor Ferreira, muito grato por esta foto. Este lugar só por si é magico. E você conseguiu fazer deste lugar com esta foto algo único. Fantástico", diz um utilizador da plataforma. A este juntam-se vários outros, que descrevem a fotografia como "deslumbrante", "fantástica". Há também quem questione como foi possível fotografar um cometa deste tamanho.

Em parte a justificação está no facto de Vitor ter já uma larga experiência em fotografia. Começou a interessar-se por esta área em 2011 e de uma pequena câmara compacta passou para uma DSLR para se dedicar à vertente paisagística citadina e de natureza. A astrofotografia é uma novidade, mas Vitor sabia bem do que precisava para captar o comenta Neowise.

“BB2020”. As fotos do que as câmaras não mostraram no antes, durante e depois da final
“BB2020”. As fotos do que as câmaras não mostraram no antes, durante e depois da final
Ver artigo

"Também estava na dúvida se uma lente de 50mm fazia o trabalho. Mas depois de ver fotos a 50mm do cometa fiquei sem dúvidas. Neste caso usei a 75mm. Num local com o céu escuro, a cauda prolonga-se mais e o cometa fica 'maior', o que ajuda para a foto. Usei o Sequator", explica Vitor, referindo termos técnicos que só os entendidos conhecem.

Além da lente, a hora foi crucial. Vitor sabia que para captar a fotografia, que já tem mais de 20 partilhas no Facebook, teria de estar no local certo à hora certa: depois do pôr do sol, quando o cometa estaria bem visível.

"Fui para um dos locais mais escuros do Gerês-Xurês, no sábado para os lados de Pitões das Júnias, que não correu tão bem devido ao fumo dos incêndios (mas consegui tirar fotos) e no domingo para o lado de Espanha a norte de Pitões das Júnias", conta no Facebook. Apesar de captar pela lente o momento inédito, Vitor revela que o cometa e a sua cauda eram bem visíveis a olho nu. "Foi uma experiência inesquecível", diz.