A Foxtrail nasceu na Suíça há 20 anos e chega agora a Portugal. A empresa de animação turística cria experiências para grupos cujo objetivo é conhecer uma aldeia, uma vila ou uma cidade, privilegiando o convívio ao ar livre, a aventura e o exercício físico (q.b., calma, estamos a falar de caminhadas).
A marca arranca a presença em território nacional no Porto, pela mão do empresário André Jacques e já existem quatro missões disponíveis, com durações e preços distintos, mas que prometem agradar a todos. O evento de apresentação da Foxtrail Portugal aconteceu esta terça-feira, 21, no Passenger Hostel, que fica num dos locais mais emblemáticos da cidade, a estação de São Bento, e também ponto de partida da missão que experimentámos. Mas já lá vamos.
Assumidamente "apaixonado pela marca", André Jacques explicou, na apresentação, que as missões vão levar os visitantes "a sítios onde nunca foram". O empresário portuense conta que, mesmo quem conhece a cidade, vai ficar surpreendido com os recantos que fazem parte dos percursos. "É uma aventura com desafios, com enigmas, que transformam a cidade num campo de jogo. Requer inteligência e espírito de missão."
"Vamos tentando misturar o património da cidade com o comércio local", conta o fundador da Foxtrail Portugal, relembrando que já existem vários parceiros locais, como restaurantes e outros negócios. "O objetivo passa por dar a conhecer negócios que são típicos das regiões. É algo que, de alguma forma, fomenta o comércio local."
A Foxtrail já existe em sete cidades, na Europa e no Canadá, e o Porto é a primeira localização portuguesa. Mas o plano é expandir para outras localidades do País e André Jacques dá o exemplo de Matosinhos, Valongo ou Gaia como locais menos turísticos que podem ser palco de futuras missões.
Sendo a empresa sediada em Arouca, cidade situada no sopé da Serra da Freita, também será, a par com Braga, possível futura localização. "Gostava de, no próximo ano, começar a sair do Porto. Este ano ainda queria montar mais duas missões, que já estão desenhadas com um parceiro grande da cidade. Só nos falta fechar esse acordo e expandir do centro histórico para outras partes da cidade. Vão incluir, se calhar, uma visita a um museu e, lá dentro, fazer uma experiência destas", explica o empresário.
E Lisboa? A capital "é uma excelente aposta", salienta André Jacques. "Mas este é um projeto que tem um cariz operacional grande. Desde logo o tempo que leva a fazer scouting de locais, a pensar criativamente que soluções é possível fazer, construi-las, aplicá-las e depois mantê-las. Para ganhar essa experiência faz sentido começar concentricamente. E, como nós estamos aqui, é mais fácil no Porto ter algum grau de controlo sobre as coisas. Quando sentirmos confiança, Lisboa é, evidentemente, um mercado que temos a certeza que vai ser incrível", diz o fundador da Foxtrail Portugal.
O que são as missões?
Freddy, a raposa da Sphinx, uma agência secreta de proteção do património, é a mascote global da marca e Tripa o agente local portuense. Os participantes (grupos de 2 a 7 pessoas) vão ajudar os agentes da Sphinx a salvar o património local da GLOOM, uma organização secreta que quer destruir os monumentos locais.
Há neste momento quatro missões na Foxtrail Portugal
- The Hidden Valley (início no Coliseu do Porto)
- The Secret Garden (início no Beira-Rio Market)
- The Lisbon Friends (início na Torre dos Clérigos)
- From Dogs to Trams (início na estação de São Bento)
O que é preciso?
- roupa confortável e calçado adequado
- telemóvel com bateria e dados móveis
- o QR CODE fornecido aquando a compra para fazer o check in da missão no ponto de partida
Quanto custa?
- missões grandes: 19€ + IVA (12€ + IVA para crianças dos 6 aos 12 anos)
- missões curtas: 14€ + IVA (9€ + IVA para crianças dos 6 aos 12 anos)
Como foi a nossa experiência (atenção, contém spoilers)
From Dogs to Trams (de cachorros a funiculares, em português) só faz sentido após as quase três horas de caminhada (que só contabilizámos muito depois de a missão ter acabado). Isto por há uma paragem na Cervejaria Gazela, famosa pelos seus cachorrinhos, e também uma descida no Funicular dos Guindais, cujo preço está incluído no valor da missão.
Apesar de o site por onde temos de nos guiar para ir lendo as próximas pistas ter algumas falhas (sobretudo em Android, o sistema operacional que estamos a usar), esses pormenores técnicos são secundários quando sentimos a alegria de descobrir as marcas das patinhas verdes, sinal de que encontrámos mais uma pista.
A distância não é longa nem o percurso exaustivo, o que dá perfeitamente para ir fazendo paragens pelo caminho, seja para comer, admirar algum edifício ou até fazer umas comprinhas no Mercado do Bolhão (uma das paragens da nossa missão). O nosso percurso terminou na Ribeira, mais concretamente na Fonte do Bicho, e ficámos com pena de não ter mais umas pistas para continuar o percurso. Para quem quer passar uma tarde diferente em família ou desafiar um grupo de amigos (ou até os colegas de trabalho) para uma aventura na cidade, as missões são garantia de uma tarde bem passada. Igualmente importante, além de uma garrafa de água para hidratar, uma pausa para um cachorrinho, uma francesinha, um rissol. Ou um lanche, vá.
