Comer bem, não ser sedentário e dormir horas suficientes. Se assim for, estão reunidas as condições necessárias para um corpo forte, uma mente saudável e um organismo equilibrado. Quando um dos princípios falha, a harmonia compromete-se.

Já vários estudos comprovaram a importância de dormir para ter uma vida saudável. A fórmula perfeita e reparadora une a quantidade, que é de entre sete a oito horas, à qualidade, que corresponde a um sono constante e profundo. Quando assim não é, surgem, a longo prazo, problemas graves, que podem culminar numa morte precoce. No imediato, pagam a capacidade de concentração, os níveis de ansiedade, que se tornam elevados, e que, juntos com um stresse aumentado, formam um péssimo cenário.

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Mas será que é possível compensar a falta de sono de uma semana, se dormirmos muito no fim de semana? De acordo com um estudo publicado no Journal of Sleep Research o princípio poderá não estar errado, ao permitir eliminar alguns dos riscos do défice de horas de descanso.

Como é que o estudo foi feito?

38 mil adultos suecos responderam a um questionário sobre os seus hábitos de vida, que também incluía um histórico de saúde e o número de horas de sono durante a semana e durante o fim de semana. Para chegarem a conclusões, os médicos envolvidos, de acordo com o que relata a “Time”, analisaram estes dados (de 13 anos) para relacionarem com a mortalidade o número de horas total de descanso e o de sono no fim de semana e semana.

Descobriram que aqueles que dormiam cinco horas ou menos tinham um risco aumentado de 65% de morte prematura, comparativamente aos que dormiam seis a sete horas por noite. Mas o mais surpreendente foi terem notado que aqueles que compensavam a falta de descanso da semana com mais horas de sono durante o fim de semana não tinham um risco de mortalidade superior aos que respeitavam as regras de dormir.

Calma. Não se precipite

Há que ter cautela. “A verdadeira questão é se há, de facto, um efeito cumulativo do défice [de sono] ou alterações biológicas no decorrer do tempo, mesmo com sono de recuperação”, diz à “Time” David Dinges, chefe da divisão de sono e cronobiologia da University of Pennsylvania Perelman School of Medicine, nos Estados Unidos.

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Ainda que a morte prematura possa ser o maior problema, é importante não esquecer os outros. A falta de sono afeta as capacidades cognitivas, comportamentais e até o metabolismo, que se torna mais lento e, poderá, assim, levantar problemas de excesso de peso, por exemplo. Depois, há a questão da individualidade. Não somos feitos em série e há hábitos que fazem pior a uns do que a outros. Ou seja, uns poderão ter o tal efeito reparador e, para outros, isso poderá não bastar.

Dormir sete horas parece, de acordo com o mesmo investigador, ser o número ideal, ao contrário das oito recomendadas. Demasiado tempo, poderá ter efeitos nocivos para a saúde. “Tal como estar sentado o dia todo faz mal, passar extensos períodos de tempo deitado também.”

(artigo publicado em 2018)