A companhia aérea irlandesa Ryanair anunciou esta quinta-feira, 28 de setembro, que vai ser forçada a cancelar voos a partir do final de outubro. E não vale a pena culpar os trabalhadores da empresa pelas greves, porque, desta vez, a causa é bem mais complexa e passa por um atraso na entrega de aviões modelo Boeing entre setembro e dezembro.
Era suposto que a companhia de baixo custo recebesse 27 aeronaves até ao fim do ano, algo que não se irá verificar, devido a atrasos nas instalações da Spirit Fuselage, responsável pela fabricação das estruturas dos aviões, cenário que se agrava graças aos atrasos nas reparações e entregas da Boeing em Seattle, de acordo com um comunicado. espera agora receber apenas 14 aviões entre outubro e dezembro.
Por isso, se tem uma viagem marcada, vá tendo atenção ao e-mail. É que, de acordo com um comunicado do CEO da companhia, Michael O'Leary, é desta forma que os passageiros serão informados dos cancelamentos, que "entrarão em vigor no final de outubro", lê-se no "Jornal de Notícias". Mas não desanime: aos passageiros afetados será oferecida reacomodação em voos alternativos ou até um reembolso total, caso seja isso que preferem.
A empresa afirma ainda que está "a fazer tudo para tentar acelerar as entregas no período de janeiro a maio de 2024" para conseguir arrancar a época alta, no verão do próximo ano, já com as 57 novas aeronaves previstas. A par disto, aproveitou para pedir desculpa por estes cortes, que são "inevitáveis", já que não dependem da companhia.
Apesar destes constrangimentos, o CEO da Ryanair frisou, na mesma missiva, para deixar explícito que o objetivo de tráfego para o ano inteiro de 183,5 milhões não será afetado, pelo menos por agora. Mas acabou por reconhecer que, na eventualidade de um agravamento dos atrasados e do respetivo prolongamento dos mesmos durante o período de janeiro a março de 2024, esse número poderá ter de ser "revisto e ajustado ligeiramente para baixo".