Se ainda não sabe para onde vai de férias este ano, há um destino que deve considerar seriamente: a Riviera Maya, no México. Esta região na zona Este do país que dispensa qualquer casaco é repleta de cultura e banhada pelo mar das Caraíbas, cujas águas límpidas e azul turquesa vão beijando os grandes areais brancos onde se formam autênticas paredes de palmeiras.
Falámos com Cristina Pinto, delegada comercial do grupo Ávoris, um dos maiores operadores turísticos espanhóis, que opera em Portugal desde 2014, acerca do que torna a Riviera Maya um destino a não perder. Cristina ocupa este cargo há sete anos (desde 2015) e tem sob a sua alçada marcas como a Jolidey, que faz vários voos para as Caraíbas.
Estes voos são feitos através da companhia aérea Iberojet, uma fusão comercial entre duas outras, a Evelop, que voa desde Espanha, e a Orbest, de Portugal. "Juntámos numa só marca para ser mais fácil comercialmente, em termos de difusão, de redes sociais, de marketing", explicou-nos. Porém, estes voos não se realizam durante o ano inteiro.
Em Portugal, as operações são suspensas entre novembro e fevereiro, "porque não há massa suficiente para operar com a capacidade que tem o avião". Durante esses meses, baseiam-se com as operações que têm desde Madrid, a partir de onde operam todo o ano.
Este ano, o voo charter em Portugal com a Iberojet está a funcionar para o México desde o dia 3 de abril, para a República Dominicana desde 4 de abril, para Varadero, Cuba, desde 2 de julho e desde 19 de julho para Punta Cana [República Dominicana], a partir do Porto.
Para Cristina Pinto, o México, no geral, "é um destino por excelência". "Temos um clima ótimo, temos calor, temos sol, temos excelentes praias, temos um mar maravilhoso, temos excelentes hotéis, temos uma gastronomia fabulosa e, como se isto tudo não fosse suficiente, temos uma parte cultural. Tem uma riqueza cultural muito grande", começou por nos dizer a comercial.
O que há para fazer na Riviera Maya?
Apesar de a zona da Riviera Maya ser a mais turística, graças à quantidade de alojamentos e ofertas para os viajantes, Cristina considera que "ir ao México e ficar uma semana dentro de um resort é um pecado". "Porque é impossível estar lá e não ter curiosidade de ir lá fora, de explorar toda a cultura que eles têm. Fazer excursões é fundamental e alia todos esses fatores", justifica.
Quanto ao entretenimento durante uma estadia nesta região, Cristina recomenda as excursões a Cobá e Tulum (cerca de 60€) ou Chichén Itzá (cerca de 113€ por pessoa), sendo que "as duas numa semana já é demasiado cansativo, mas pelo menos uma destas excursões vale a pena". "Para quem quiser passar um dia mais descontraído ou gostar de mergulho, mantendo na mesma a onda da praia", compensa uma ida à Isla Mujeres (custará cerca de 110€ por pessoa).
"Desde fazer a visita à cidade de Tulum, como ir ao centro, a Playa del Carmen, há variadíssimas coisas a fazer", continua a enumerar, acrescentando uma visita a Cozumel (com excursões a 70€), uma ilha mexicana onde se pratica bastante o mergulho, e ainda deixa a dica sobre "um destino que ainda está muito virgem": Holbox (onde a influenciadora digital Mariana Machado já esteve), que "tem praias fabulosas onde não se vê quase ninguém".
A delegada comercial da Ávoris, que já visitou o México quatro vezes, acha que é "obrigatório" ir pelo menos uma vez ao Parque Xcaret (com bilhetes a 120€), um parque natural repleto de atrações. "Vai ser muito cansativo, mas vale a pena", garante. "É passar um dia a percorrer os vários trilhos onde nos dão a conhecer um bocadinho da cultura deles", elabora.
"Temos atividades como descer o rio, sempre com coletes, em segurança. Almoçar lá, no final do dia assistir a um espetáculo que dura umas duas horas e no qual retratam praticamente toda a história do México, desde há séculos atrás, até aos dias de hoje", continua, concluindo: "saímos do parque às 21 horas, completamente estoirados, mas é enriquecedor".
Ainda que esta seja a região mais turística, o México é muito mais do que a Península de Iucatã, berço da civilização maia, onde fica a Riviera Maya. A Cidade do México, a capital, tem diversos museus e monumentos a não perder, mas também a cidade de Guanajuato, declarada Património Mundial da UNESCO, merece uma visita pela sua peculiaridade: a arquitetura colorida.
Para quem é atrativa uma visita à Riviera Maya?
Segundo Cristina Pinto, outro dos fatores que torna a Riviera Maya atrativa é o facto de ser um destino versátil, ideal para qualquer tipo de viagem, seja em casal, em família ou com amigos. "Um casal consegue perfeitamente não ficar aborrecido, mesmo graças aos próprios hotéis, com tudo o que oferecem, desde spa a piscina, lojas e restaurantes", justifica.
Também viajar em família tem potencial, mesmo com crianças, já que "a oferta é muito grande", por exemplo a nível de entretenimento ou mesmo das infraestruturas dos hotéis, segundo a delegada comercial. "Para grupos de amigos encaixa-se perfeitamente: existem muitos parques, como o Xplor, para quem quiser sair do hotel e passar um dia de pura adrenalina. Há uma infinidade de coisas que as pessoas podem fazer", assegura.
"A nível de gastronomia, a alimentação é variada, tanto para quem quiser experimentar a gastronomia local como para quem quiser fazer refeição normal dentro daquilo a que está habituado", argumenta. Em termos de segurança, Cristina Pinto garante que "é um destino seguro".
Apesar das ideias pré-concebidas que se possam ter quanto aos perigos no México, Cristina acredita que "o cuidado que tem de se ter é o cuidado que nós temos numa grande cidade: no Porto, Lisboa". "Há determinados sítios na nossa própria cidade onde não vamos à noite, a partir das 21 horas, por exemplo. Aqui é a mesma coisa, temos cuidado", crê, concluindo: "podemos sair sem qualquer tipo de problema de insegurança, de assaltos, de roubos".
Quanto custa fazer uma viagem destas?
A duração ideal para uma viagem para a Riviera Maya seria de nove noites, acredita Cristina Pinto. "Quando ficamos sete noites sabe-nos a pouco. Queremos fazer sempre mais e, ao mesmo tempo, descansar", acha. Assim, justificar-se-iam mais as nove horas que cada voo demora. Porém, de momento, não estão a realizar as operações que faziam "em anos pré-pandemia" e que permitiam as tais nove noites.
Mas, afinal, quanto terá de gastar em estadia e deslocação para ir de férias para este país? "Dependendo do hotel, daquilo que se escolhe, da data em que se viaja, teremos sempre de apontar para o mínimo do razoável em termos de qualidade", diz Cristina, referindo valores entre os 1200 e os 1500€.
Este seria o preço do pacote com "boas opções de hotel", mas que não inclui os extras, como as excursões, que costumam custar "no mínimo 100, 150€ por pessoa, o que pesa um bocadinho no orçamento". "É um destino para o qual queremos voltar, sendo que deixamos sempre coisas para ver na vez seguinte", termina a delegada comercial.
De momento, existe um elemento a dissuadir muita gente de viajar para a Riviera Maya: o sargaço. As alterações climáticas fizeram com que vários destinos, principalmente Punta Cana [República Dominicana], fossem alvo de uma imensidade de algas, que criam faixas espessas nas praias, a dividir o mar do areal, e que arruinam a imagem paradisíaca e de sonho dos turistas.
O pesadelo do sargaço. É motivo para deixar de visitar a Riviera Maya?
Este pesadelo "começou no México, na realidade, há uns quatro anos, e depois, no ano seguinte, começou-se a verificar também na zona de Punta Cana [República Dominicana]", explica Cristina Pinto à MAGG. "Efetivamente, é uma grande desvantagem", admite a delegada comercial, acerca deste fenómeno que surge graças às alterações climáticas e que se pode encontrar nesta região turística mexicana.
"Tira completamente a vontade às pessoas pelo facto de se sentirem impedidas de usufruir da praia. De facto, desmotiva e há pessoas que mudam de destino", adianta. A acumulação destas algas indesejadas acontece, por norma, entre maio e setembro, "mas é por picos".
No fundo, "é a natureza que está a reagir". "Fazer nove horas de voo e, de repente, chegar e encontrar um mar castanho em vez de um mar turquesa é triste. Ficamos um bocadinho desanimados", reforça, embora alerte que já "existe um cuidado muito grande" para com o sargaço, por parte da hotelaria e até "a nível do Governo".
"Os próprios hotéis colocam redes para não deixar vir tanto sargaço" e efetuam uma limpeza diária, algo "preponderante" na escolha do local onde se fica hospedado. "Há esse cuidado, porque é o turismo. Sabem que o sargaço impede o turista de viajar para cá", admite. "É um trabalho ingrato, porque as pessoas estão a limpar e o sargaço continua a vir", considera.
Segundo Cristina, "o cliente hoje em dia sabe" deste fenómeno. "Temos de realmente informar que o sargaço existe, mas nós não podemos contornar isso", recorda. Ainda assim, a delegada comercial da Ávoris reconhece que o sargaço causa cancelamentos, trocas de destinos e realmente afeta o turismo.
"O sargaço existe, assim como existe a chuva, e nós não podemos controlar. Não podemos garantir que um cliente vem uma semana e não vai apanhar um dia de chuva. Também não podemos garantir que não vai ter sargaço", compara. No entanto, para Cristina Pinto, "não há sargaço que impeça uma ida ao México. É ir de mente aberta. Quem sai do México sai mais rico, sem dúvida alguma".
*A MAGG voou para o México a convite da Iberojet e da Jolidey