Se seguiu as nossas sugestões deste ano para o arquipélago da Madeira, como a estadia no hotel com regime de tudo incluído ou os sítios mais improváveis, terá também aproveitado a visita à ilha para comer um bolo do caco barrado com manteiga de alho. As férias já lá vão, mas o bolo do caco não tem de desaparecer com o regresso da rotina alimentar e de trabalho. Pelo menos, não com aqueles que são feito pel'O Caco.
O projeto de Ivo Soares, de 33 anos, e da namorada Inês Pereira surgiu em plena pandemia, quando, confinados em casa, começarsm a testar as primeiras receitas no forno, que só passaram a estar disponíveis a qualquer pessoa a 25 de julho de 2020.
É que este não é um caco qualquer e precisou de umas adaptações em relação à receita original para estar no ponto. "Não digo que é saudável, digo que é mais saudável do que o tradicional, porque tem tudo que ver com os ingredientes de qualidade utilizados", diz à MAGG Ivo Soares, arquiteto de formação, ex-tripulante de cabine na TAP e responsável pelo O Caco.
Estes bolos do caco não têm nada que ver com os pães de grandes superfícies que "têm muita coisa para além do que é preciso ter", ao passo que os d'O Caco são mais simples e têm benefícios logo pela farinha usada: de espelta. "Tem uma percentagem muito menor da proteína do glúten, por isso pode ser uma opção para pessoas que tenham problemas ou que queiram ter uma dieta mais controlada a esse nível", continua o co-fundador. Outra das vantagens dos cacos é que alguns dos ingredientes que se juntam à massa são de origem biológica, mas essencialmente de produtores nacionais, respeitando a sazonalidade.
A época determina os ingredientes usados, bem como as cores que dominam o feed de Instagram — plataforma que serve de montra a tudo um pouco do que há n'O Caco. Isto porque à receita saudável da base, feita com farinha de espelta em vez da tradicional farinha de trigo e a conhecida Batata Doce De Odemira, foram adicionados outros sabores e texturas que resultaram em cacos de batata doce roxa, com sementes de abóbora, girassol e linhaça dourada para o Halloween, cacos de castanha, de abóbora (produzida também pela Batata Doce de Odemira) e nozes, e edições especiais como o caquinho de gengibre e especiarias no Natal e o caco de beterraba no Dia dos Namorados.
Os que estão sempre certos são o caco original, com base de espelta e batata doce, e o de alfarroba, que vem quase desde início do projeto.
Não estranhe o facto de um deles se chamar caquinho, porque além dos cacos que enchem as medidas a adultos, há opções que foram pensadas para as crianças. São uma espécie de Manhãzitos saudáveis, feitos em forma de mini bolo do caco recheado com pepitas de chocolate de São Tomé 62% cacau.
Assim, também as crianças têm uma opção saudável para levar para o lanche no regresso às aulas e não só. "Os [pais] também comem. Só para ter um exemplo, aqui em casa os caquinhos vão sempre primeiro quando sobram", brinca Ivo. E o mesmo deverá acontecer noutras casas, principalmente se seguirem a sugestão de Ivo.
"Passo as indicações todas, sobretudo aos primeiros clientes, e digo sempre sobre os caquinhos: 'Se puder, aqueça só um bocadinho. Passe numa frigideira ou algo semelhante só para o chocolate derreter e vai ver que ainda gosta mais'", diz.
Os caquinhos de chocolate são um artigo popular, que alguns pais encomendam de 15 em 15 dias, sem falhas, para colocar na lancheira dos filhos. Mas estes também vão poder ter um snack para levar para o trabalho nos próximos tempos: os caquinhos de maçã, canela e passas, que já fizeram parte da oferta e estão prestes a regressar.
Já os cacos de tamanho normal, podem ficar para uma noite de hambúrgueres em casa, cuja estrela é o bolo do caco saudável. O último lançamento foi o caco de agrião e pistachio, que pode ser guarnecido com uma série de ingredientes e se não quiser estragar o conceito: peito de frango grelhado, húmus, queijo fresco, salmão ou mesmo guacamole para não fugir à paleta de cores do caco. As sugestões são de Ivo, que vai publicar no Instagram cada vez mais ideias para rechear os cacos. "Agora vou começar a dar algumas sugestões porque há muitas pessoas que perguntam como comer".
Já estão a ser pensados novos sabores de cacos, um deles com inspiração algarvia. "Vou lançar um caquinho à semelhança da trilogia do Algarve, à base de figo, amêndoa e alfarroba", revela. A par desse, poderá também ser lançado um caco só de figo e, tal como no ano passado, os Qsazonais vão voltar, desde o de castanha até ao de Halloween que sofrerá uma inovação este ano.
Para adoçar o almoço e dar aquele boost antes de retomar o trabalho, O Caco tem também powerballs: pequenas bolinhas sem glúten, feitas com batata doce, tal como os cacos, e ainda com farinha de avelã, cacau e chocolate em pó.
Os cacos custam a partir de 7,50€ por três unidades e os caquinhos desde 8,50€ por cinco unidade. Quanto às powerballs, há packs de seis unidades (11€) e 12 unidades (20€).
Em breve, poderá haver um espaço físico, revela Ivo, mas para já os cacos chegam de forma cómoda a sua casa. Todas as semanas há novas fornadas e as encomendas são feitas através de mensagem privada no Instagram e as entregas — em embalagens de papel 100% reciclável ou num saco de pano em algodão 100% orgânico — são feitas de Sintra, Carcavelos até Lisboa, num total de 24 cidades indicadas nos destaques de Instagram. A entrega é gratuita num valor igual ou superior a 20€.