Ritmo compassado, um agente de polícia sofrido, marcado por tragédias que podiam ser nossas, e paisagens gélidas. Uma simples frase chega para descrever todo um género de ficção nórdico, mas também a série, agora inteiramente disponível na Netflix, "Deadwind". Depois de ter sido bem recebida na Finlândia, onde se tornou num sucesso de audiências, a série faz parte do catálogo da empresa de streaming desde agosto de 2018. E embora, lá fora, o sucesso seja inegável, arriscamos dizer que, pelo menos em Portugal, o nome só será familiar ao viciados em séries, os chamados seriólicos (vamos fazer de conta que esta palavra existe, pode ser?), desta vida.

Com apenas duas temporadas, "Deadwind" começa por acompanhar os esforços da detetive Sofia Karppi (Pihla Viitala) à medida que se vê a braços com a investigação de um crime bizarro que nunca pensou ter de investigar. Sem explicação aparente, uma mulher é encontrada morta, dentro de um saco de plástico e com flores ao peito, nas imediações de uma empresa de construção em Helsínquia, na Finlândia.

Após uma primeira investigação no local, as autoridades não têm dúvidas: o caso deve ser investigado como homicídio, embora não haja câmaras nem suspeitos que permitam seguir uma linha de investigação.

Só que além das dificuldades que o próprio caso impõe, Sofia Karppi vive dilemas pessoais que ameaçam prejudicar a sua eficiência e astúcia enquanto uma das agentes mais importantes do departamento de investigação.

A detetive, que muitos colegas consideraram, em tempos, genial e repleta de vida, está apagada há vários meses depois da morte acidental e repentina do marido. O estado de apatia é perpetuado, não só pelo caso que surge em pleno processo de luto, mas em larga escala pela distância que põe entre ela e as duas filhas — a quem se vê impossibilitada de dedicar toda a atenção. As consequências, veremos mais tarde, serão sempre duras demais.

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"Deadwind" é a série perfeita para ver neste novo confinamento em que a regra, à semelhança do que aconteceu em março, é ficar em casa. Não só porque aposta numa história cativante movida por personagens com camadas, e com dores reais com as quais nos identificamos facilmente, mas também porque os elementos de thriller inerentes a qualquer série de crime convidam a uma sessão de binge que só termina quando soubermos quem é, de facto, o assassino.

A primeira temporada de "Deadwind" conta com 12 episódios e a segunda com oito, com cerca de 45 episódios cada. Apesar do sucesso na Finlândia desde a estreia, ainda não se sabe se estará previsto um regresso para uma terceira temporada.