A série continua há várias semanas na lista dos conteúdos mais vistos da Netflix em Portugal. Se olharmos para a sinopse, talvez percebamos porquê. É que embora seja um produto de ficção, a história, essa, é bem real. Na década de 70, um homem chamado Charles Sobhraj, e que mais tarde viria a ficar conhecido como serpente, burlou, raptou e assassinou turistas no sul da Ásia.

"The Serpent", a nova grande série da Netflix, recupera a história e a forma como este homem conseguiu, durante tantos anos, escapar à justiça.  É que além de ser um exímio burlão. Sobhraj dominava a técnica do disfarce e esteve, constantemente, foragido.

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É na Ásia, em meados dos anos 80, que Charles se começou a focar nos grupos hippies — para os quais olhava com desdém e desprezo—, procurando persuadi-los e provocar-lhes dificuldades, drogando-os ou roubando-lhes os documentos.

Embora todos as dificuldades que surgissem a estas pessoas fossem criadas pelo próprio, este aparecia sempre às futuras vítimas com o intuito de, alegadamente, as tentar ajudar. Mas, muitas das vezes, acabava em tragédia. Apesar disso, Charles talvez não corresponda ao padrão de um assassino em série convencional, na medida em que, na altura, não foi possível identificar o impulso que o levava a cometer os crimes.

Especulava-se, apenas, e tal como a série faz questão de reforçar, que se tratava de alguém com inúmeros distúrbios psicológicos.

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Quanto ao número de vítimas, é incerto. As autoridades conseguiram provar pelo menos 12 homicídios, pelos quais esteve detido na Índia entre 1976 e 1997. Depois de ser libertado, no entanto, mudou-se para Paris, em França, onde voltou a cometer o mesmo tipo de crimes que o conduziram novamente à prisão — desta vez a uma pena perpétua.

Todos os esquemas perpetuados e idealizados por Charles Sobhraj são recuperados através dos oito episódios da série "The Serpent" — que, apesar de se tratar de um produto fictício, na medida em que há atores e interpretar personagens, tem muito de real.