Ainda em campanha para as eleições legislativas marcadas para o dia 10 de março, André Ventura marcou presença no “Casa Feliz”, esta quarta-feira, 21 de fevereiro. O líder do Chega falou sobre a sua infância rebelde, a descoberta da fé, as camaratas para estudantes na Igreja de S. Nicolau e do seu fascínio pelo ciclismo.
Entrou de bicicleta na “Casa Feliz”, mas diz que, hoje em dia, não consegue ter uma relação muito próxima com o desporto. Revelando que é um aficionado das bicicletas e da Volta à França, André Ventura aproveitou para apontar que andar de bicicleta “agora, na rua, é mais difícil por várias razões”.
“Na vida adulta foi das poucas vezes que me lembro de chorar”, revelou o líder do Chega ao recordar o momento em que o ciclista Lance Armstrong admitiu ter utilizado drogas nas provas. “Foi das maiores desilusões, porque eu não acreditava que uma pessoa que teve que fazer quimioterapia para vencer um cancro pudesse depois tomar drogas para se diferenciar dos outros”, contou André Ventura.
Esta paixão pelas bicicletas vem do pai de André Ventura, que estava ligado ao negócio, mas, no que toca à fé, esta não lhe foi passada pelos pais. André Ventura e o irmão não foram batizados em pequenos, e o líder do Chega diz que “aos 14 anos, a coisa mudou muito”. “Quando descobri a fé, isso mudou muito a minha vida”, lembrou André Ventura, acrescentando que até essa altura “era bastante rebelde". "Não fui um bom aluno e talvez faltasse às aulas de vez em quando", recordou.
É do conhecimento público que André Ventura é uma pessoa muito religiosa e o próprio reforçou essa ideia no programa da SIC. Mas muitos não sabem que o político chegou a querer ser padre.
“Quis ir para o seminário e quis ser padre. Fiz muito por isso e lutei muito por isso”, contou aos apresentadores. No entanto, acabou por desistir da ideia quando percebeu que apaixonar-se por alguém não era compatível com essa vida. “Percebi que, se me tinha apaixonado, ia gostar e ia estar mais vezes apaixonado”, disse André Ventura.
A religião, contudo, continua a estar sempre presente na vida do político, que disse que não imagina a sua vida “se não tivesse descoberto Deus naquela altura”. É muito supersticioso, diz estar “sempre atento aos sinais das coisas” e contou a Diana Chaves e João Baião que tem sempre consigo uma cruz que recebeu na noite em que foi eleito deputado em 2019. "Desde então, anda sempre comigo. Quando me esqueço [dela], volto atrás, porque fico muito perturbado.”
O líder do Chega foi ainda surpreendido com um vídeo de Luc Mombito, um antigo colega do Seminário, que conheceu em 2000 e o acompanha até hoje. Foram colegas de quarto e Luc diz que o amigo “é, sobretudo, uma pessoa leal”.
Depois de ter vivido na Igreja de S. Nicolau e dividido camaratas com vários colegas, enquanto estudava Direito, estreou-se no comentário televisivo na "Rua Segura", da CMTV. Mais tarde, é convidado a comentar futebol e admitiu que aprendeu muito. “Aqueles debates ajudam-nos a preparar muito para o que depois fazemos na política”, contou André Ventura.
Contou no “Casa Feliz” que ainda não desistiu de ser pai. "Hoje as minhas circunstâncias são diferentes das que eram há uns anos", referiu. O líder do Chega salientou que vive sempre com segurança e que agora tem muitas limitações. “Mas foi a vida que eu escolhi, não estou a lamentar-me”, assegurou.
A visita ao “Casa Feliz” terminou com a promessa de que a primeira coisa que vai fazer se for eleito Primeiro-Ministro é acabar com a corrupção. “Acho que o País precisa mesmo disso”, disse.