Depois das declarações polémicas que deu à CNN Brasil, nas quais desvalorizou a censura e a tortura durante a ditadura, Regina Duarte está a ser alvo de um manifesto de repúdio assinado por um grupo de 512 pessoas, entre artistas, jornalistas, produtores e muito mais. Caetano Veloso, Chico Buarque, Miguel Falabella e Cauã Reymond são apenas alguns dos nomes célebres que assinam o manifesto contra a secretária especial da Cultura do Brasil.
No documento, o grupo afirma não aceitar "os ataques reiterados à arte, à ciência e à imprensa" e "não admite a destruição do setor cultural ou qualquer ameaça à liberdade de expressão". O manifesto salienta que a atriz e atual secretária não representa o setor da cultura — "Ela não nos representa", escrevem no fim do texto —, e pediu respeito para com os mortos num momento em que o Brasil atravessa uma das suas piores crises devido à propagação do novo coronavírus.
“Fazemos parte da maioria que entende a gravidade do momento que estamos vivendo e pedimos respeito aos mortos e àqueles que lutam pela própria sobrevivência no país devastado pela pandemia e pela nefasta ineficiência do poder público”, pode ler-se no texto.
Na entrevista dada a 7 de maio à CNN Brasil, Regina Duarte cantou uma marcha associada aos tempos da ditadura e desvalorizou as mortes que ocorreram nesse período. “Não era gostoso cantar isso?”, perguntou ao jornalista.
Apesar da conhecida atriz da Globo ter causado muita polémica e reações negativas desde que integrou o governo de Jair Bolsonaro, nada se comparou às reações à entrevista em causa. Desde aí, a imprensa brasileira fez títulos como "Regina Duarte jogou mais de 50 anos de carreira no lixo em apenas 40 minutos", e as críticas são cada vez maiores, inclusive no perfil de Instagram da filha, a também atriz Gabriela Duarte. Centenas de pessoas apelam a que Gabriela "interne" a mãe ou que a chame à razão.