No seguimento da polémica do lar de Reguengos, o bastonário da Ordem dos Médicos (OM) afirma que a organização "pode e deve fiscalizar entidades dos setores privado e social, quando a qualidade dos cuidados de saúde possa estar em causa", escreve o "Jornal de Notícias". De recordar que, após denúncias, os profissionais da OM encontraram pobres condições de higiene e segurança no lar alentejano, onde um surto de COVID-19 causou a morte a 18 pessoas.

Depois de António Costa dizer, em entrevista ao "Expresso", que "não acordámos [o estado] agora por causa do relatório de uma entidade que não tem competência legal para fazer esse estudo", referindo-se ao documento elaborado pela Ordem dos Médicos a dar conta da situação de Reguengos de Monsaraz, Miguel Guimarães, bastonário da ordem, já reagiu às declarações do primeiro-ministro.

Médicos que denunciaram más condições de lar de Reguengos ameaçados com processos disciplinares
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"Não fiscalizámos o Estado", diz Miguel Guimarães, como escreve o "Jornal de Notícias". O bastonário lamenta ainda que o primeiro-ministro tenha escolhido colocar o peso da situação sobre a classe e avança também que os médicos ficaram "visivelmente incomodados com as palavras" de António Costa. E deixa um alerta: "Esta é a pior altura para abrir uma guerra com os médicos."

António Costa deu uma entrevista cerca de uma semana depois de uma outra conversa do "Expresso" com Ana Mendes Godinho ter causado polémica, devido à ministra ter admito não ter lido o relatório da Ordem dos Médicos sobre a situação de Reguengos. O primeiro-ministro já saiu em defesa da governante, e reiterou ter toda a confiança em Ana Mendes Godinho.