O primero-ministro libanês já veio pedir ajuda aos "países amigos" tendo em conta os danos humanos e materiais causados por duas violentas explosões esta terça-feira, 4 de agosto, no porto de Beirute, capital do Líbano. O acidente fez várias vítimas, estando contabilizadas até ao momento mais de 100 mortes e 4 mil feridos, de acordo com a Cruz Vermelha libanesa, num comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

"As nossas equipas continuam as operações de busca e salvamento nas áreas circundantes", informou a Cruz Vermelha libanesa. A Austrália e os Estados Unidos já se mostraram disponíveis para ajudar, assim como Israel, França, Reino Unido, Irão, Egipto, Quatar, Canadá, que já se ofereceram para enviar ajuda médica e humanitária para Beirute.

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Por cá, o apelo dos portugueses para ajudar o Líbano ganha expressão pelas redes sociais, nas quais têm sido partilhadas páginas e links para os quais pode ser direcionada ajuda monetária. Uma das páginas é a "Lebanon Crisis" através da qual é possível fazer uma doação para ajudar vítimas do desastre ou dar apoio Cruz Vermelha libanesa.

Outra das formas de apoio é através da página de Instagram Impact Lebanon, onde está a decorrer uma angariação de fundos para várias Organizações Não Governamentais (ONG), cujo objetivo é apoiar também a Cruz Vermelha libanesa e as pessoas afetadas pela explosão. Esta quarta-feira, 5 de agosto, já vão ser doados mais de 84 mil euros (100 mil dólares) para a Cruz Vermelha libanesa. 

Essa angariação está alojada na página "Just Giving", na qual continua a decorrer a angariação e dá conta de que mais de 51 mil pessoas já ajudaram, faltando ainda 3.265.696 dólares para chegar ao objetivo: 5 milhões de dólares (4.229.575€).

Ainda esta terça-feira, 4 de agosto, o Governo português revelou que não tinha indicações de haver cidadãos nacionais entre as vítimas, disse a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, de acordo com o "Notícias ao Minuto", que cita a Lusa. No entanto, alguns portugueses que vivem perto da capital do país afetado, revelam o que viram e sentiram.

Um deles é João Sousa, fotojornalista em Beirute, que relata à SIC Notícias que "havia crianças, mulheres, em lágrimas e em choque" e várias pessoas seriamente feridas por terem levado com os estilhaços das janelas que se partiram com o impacto das explosões que provocaram um sismo de 3,5 na Escala Richter.

Outra das residentes portuguesas em Beirute, Rita Dieb, que vive nos arredores da cidade há 16 anos, revela à TSF que "os hospitais estão cheios e já há hospitais que não conseguem receber mais gente porque estão superlotados". Rita diz ainda que as vítimas estão a ser levadas hospitais das periferias que, embora equipados para receber doentes, podem não conseguir fazer face a um atendimento tão grande.

"Há vários prédios que ruíram para cima de carros e ficaram completamente destruídos. Parece que houve um bombardeamento nas zonas mais próximas no porto, que além de serem de trabalho, são residenciais", acrescenta.

No Twitter têm sido partilhados vários vídeos e num deles é possível ver o estado de lotação dos hospitais, bem como o desespero de vários feridos. Alertamos pessoas mais sensíveis para o teor das imagens.