Pensar no próximo destino de viagem é mais forte do que nós e pouco resistente à vontade de poupar. Ainda assim, há lugares mais acessíveis do que outros e muitos deles já a planear reabrir as fronteiras nos próximos meses. México faz parte da lista — e das viagens para um financiamento maior — mas França e Itália são alguns dos países europeus mais em conta que vão voltar a receber turistas.
É certo que este ano o lema é "vá para fora, cá dentro", mas também há quem queria sair de Portugal não só pela vontade de ver mundo, mas também para revisitar alguns familiares que estão além fronteiras. Aos poucos, os aviões voltam a descolar e estão a começar pelos voos internos, como já aconteceu no Reino Unido, França e nos Açores, entre as ilhas da região.
Mas da rede interna, rapidamente podemos alargar até uma rede internacional. No início de maio, a União Europeia apresentou um plano de ação para reabrir as suas fronteiras a tempo do verão — boas notícias para quem não quer dispensar das viagens e praias de sonho. É que ilhas do Caribe, bem como o México e a Tailândia também estão a planear reabrir nas próximas semanas, de acordo com a CNN Travel.
Destino a destino, revelamos quando e em que condições estes vários destinos planeiam voltar a receber turistas.
1. Chipre
Se alguém diz que "os custos ficam por nossa conta", é difícil dizer não. Foi a pensar neste incentivo ao turismo, setor que representa pelo menos 15% da economia de Chipre, que o país decidiu oferecer os custos do alojamento, alimentação e dos cuidados médicos, incluindo medicamentos, a qualquer viajante que tenha um resultado positivo para o COVID-19 e adoeça na ilha.
O turista contaminado fica apenas responsável pelo "custo da transferência para o aeroporto e do voo de repatriamento", revela o plano definido pelos governos, companhias aéreas e operadoras de turismo de Chipre divulgado a 26 de maio. Mas esta não é a única medida. As autoridades reservaram um hospital para turistas estrangeiros que deram positivo e um "hotel de quarentena", com 500 quartos, para a família dos pacientes e "contactos próximos".
Esta segunda-feira, 1 de junho, os hotéis de Chipre vão reabrir e as viagens aéreas internacionais serão reiniciadas em 9 de junho. Contudo, há uma lista dos que vão poder entrar na ilha, em duas fases distintas. Os primeiros são: Grécia, Malta, Bulgária, Noruega, Áustria, Finlândia, Eslovénia, Hungria, Israel, Dinamarca, Alemanha, Eslováquia e Lituânia. A partir de 20 de junho a lista alarga-se à Suíça, Polónia, Roménia, Croácia, Estónia e República Checa.
No entanto, revela a CNN, a lista deve ser alargada a outros países nos próximos meses. Para já, quem tem pretende ir até à ilha, precisa de levar um certificado válido de que testaram negativo para a COVID-19. Na chegada será medida a temperatura e podem ser feitos testes durante a estadia.
Máscaras e luvas, desinfeção regular das espreguiçadeiras e mesas de restaurantes, bares, cafés e pubs com pelo menos dois metros de distância, são algumas das medidas em vigor nos hotéis e estabelecimentos locais.
2. Bali
Este destino paradisíaco também pode vir a voltar à sua lista de viagens de sonho. A ilha da Indonésia espera receber turistas até outubro, desde que os números de casos de infecção permaneçam baixos, de forma a reativar a economia, que depende bastante do turismo.
"O coronavírus entrou em colapso na economia balinesa. Tem sido uma queda acentuada desde [meados de março] que foram adotadas medidas de distanciamento social" , disse Mangku Nyoman Kandia, guia turístico de Bali, à ABC News em abril.
Para já, todos os que entram na ilha fazem um teste à COVID-19 e devem ter um comprovativo de que estão livres do vírus. Ainda não se sabe quando ou quais os requisitos de entrada se as restrições em Bali forem levantas, mas por enquanto as autoridades de turismo pedem a implementação de uma "bolha de viagens" entre Bali e a Austrália.
3. Tailândia
Desde março que não há turistas no país do sudeste asiático e assim pode continuar por mais algum tempo, apesar de os números de casos não serem elevados.
"Ainda depende da situação do surto, mas acho que o mais cedo que podemos prever para o regresso de turistas é o possa ser o último trimestre deste ano", disse Yuthasak Supasorn, governador da Autoridade de Turismo da Tailândia (TAT), à CNN Travel. Supasorn acrescentou que a reabertura será gradual e que deverá ser tido em conta a origem dos viagens, ou seja, a situação da pandemia no país dos turistas.
Por enquanto, as fronteiras da Tailândia vão continuar fechadas e o foco do país está a ser o turismo doméstico. Para isso, alguns resorts e hotéis já foram autorizados a reabrir, bem como centros comerciais, museus, mercados e algumas atrações turísticas, como o Grand Palace de Bangcoc, que deve ser reaberto em 4 de junho.
4. França
Este não é o único país europeu que esteve durante um longo tempo de fronteiras fechadas e as primeiras medidas são ainda de cautela. Os viajantes que entrarem no país, com exceção de cidadãos da União Europeia ou do Reino Unido, estarão sujeitos a uma quarentena obrigatória de 14 dias até pelo menos 24 de julho.
Apesar de o governo já ter permitido viagens de carro de até 100 quilómetros e a reabertura e algumas praias, as autoridades deixaram claro que o país não tem pressa para abrir as fronteiras aos viajantes internacionais: "Desde o início da crise, o fecho das fronteiras é a regra, e a autorização para atravessar uma fronteira é a exceção", disse em conferência o ministro do Interior da França, Christophe Castane, acrescentado que essa proteção não vai mudar em breve.
Já o primeiro-ministro Edouard Philippe reconheceu que "o turismo está a enfrentar o que provavelmente é seu pior desafio na história moderna", e que resgatar a atividade "é uma prioridade nacional". Contudo, para já apenas os residentes podem tirar férias na França durante julho e agosto e os hotéis do país, que só devem reabrir a 2 de junho, vão ter de ficar dependentes do turismo doméstico.
5. Grécia
Este é já um destino polémico. Grécia anunciou esta sexta-feira,29, a lista de países de origem de turistas que vão poder entrar no território a partir de 15 de junho, no entanto, Portugal ficou de fora e faz parte de um género de “lista negra” que tem em conta a situação epidemiológica de cada país. Desta lista faz também parte Espanha, Itália, França e Reino Unido.
Perante este anúncio, uma fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros revelou que vai "obter das autoridades gregas os esclarecimentos devidos, pelos canais diplomáticos e políticos apropriados", conforme anunciou ao jornal "Observador".
Na data de reabertura de fronteiras, 15, voltam também à atividade os hotéis sazonais. Para os turistas de países autorizados a fazer férias na Grécia, já não deverão ser submetidos a testes à COVID-19, nem serão obrigados a ficar em quarentena à chegada, tal como havia sido definido para passageiros internacionais.
6. Alemanha
Falta pouco mais de 15 dias para a Alemanha voltar a receber turistas. A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, revelou, de acordo com o "The New York Times", que o país planeia levantar as restrições para os países da União Europeia a partir de 15 de junho, bem como permitir a entrada de pessoas vindas da Turquia, Reino Unido, Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, embora ainda não haja uma decisão definida.
A Alemanha desenvolveu "critérios para a habilitação do turismo intra-europeu", nome do documento que estabelece pretende abrir as fronteiras a 31 países europeus, substituído por conselhos de viagem individuais, que pretendem destacar os riscos para cada país.
Para já apenas vão ser possíveis as viagens entre a Áustria e a Alemanha, a partir de 15 de junho. Ao mesmo tempo que estão a ser definidas as regras para as viagens, a atividade do país está a ser restabelecida. Os restaurantes reabriram a 18 de maio e os hotéis a 29.
7. México
"O plano para o país é abrir em etapas e por regiões", disse Gloria Guevara, CEO da WTTC, à CNN Travel. É então de forma progressiva que os turistas vão poder voltar ao destino com praias paradisíacas. Os primeiros a ganhar permissão são os viajantes domésticos primeiro, seguidos dos viajantes dos EUA e Canadá, cujas viagens "não essenciais" estão limitadas até pelo menos 22 de junho.
"Queremos revitalizar o turismo e esperamos começar a abrir pontos turísticos e hotéis entre 10 e 15 de junho, mas ainda não sabemos quais", acrescentou Gloria Guevara, enquanto Rodrigo Esponda, diretor administrativo do Conselho de Turismo de Los Cabos, refere que ainda não há planos para quando os turistas vão poder voltar ao destino de praia Riviera Nayarit, situado ao norte de Puerta Vallarta.
Tal como o Chipre, também no México, mais especificamente hotéis em Cancun, pretendem oferecer promoções em hotéis e resorts para atrair turistas e dinamizar o setor. A Associação Hoteleira de Cancun está mesmo a preparar um pacote turístico que oferece duas noites de estadia por cada duas outras noites pagas pelo viajante, de acordo com o jornal britânico "The Sun".
8. Turquia
O plano é, como em muitos países, restabelecer as viagens de forma progressiva: primeiro o turismo doméstico, até final de maio, e só depois os visitantes internacionais a partir de meados de junho, tal como já revelou o ministro do Turismo Mehmet Nuri Ersoy numa entrevista ao canal de notícias turco NTV. O ministro acrescentou ainda que a ideia é reabrir primeiro a países asiáticos como China e Coréia do Sul.
Apenas metade dos hotéis devem abrir este ano, mas tanto estes como os resort vão aplicar medidas de controlo: verificação de temperatura na entrada, pelo menos 12 horas de ventilação do quarto depois do check-out e os hóspedes não só devem usar máscara, como manter o distanciamento social.
Entretanto, já esta segunda-feira, 1 de junho, vão reabrir restaurantes, cafés, parques, instalações desportivas, praias, museus e ainda o Grande Bazar de Istambul, um dos maiores mercados do mundo.
9. Itália
Este será um dos países cujas imagens nos vão marcar para sempre. Itália foi um dos países mais afetados pela pandemia, mas começa agora a voltar à normalidade.
Por isso, viajantes da União Europeia, Reino Unido, microestados e principados como Andorra, Mónaco, São Marinho e Vaticano, vão poder voltar a pisar o território italiano, sem ter que entrar em quarentena, já a partir de 3 de junho.
"Estamos a enfrentar um risco calculado sabendo que a curva de contágio pode subir novamente", disse o primeiro-ministro Giuseppe Conte em comunicado ao país no início de maio, acrescentando ainda: "Temos de aceitá-lo. Caso contrário, nunca poderemos começar de novo."
Ao longo deste mês, museus, bares e restaurantes foram autorizados a reabrir com um número reduzido de pessoas e com as devidas regras de distanciamento social. Enquanto a Basílica de São Pedro, no Vaticano, abriu a 18 de maio, o Veneza Simplon-Orient-Express apenas tem permissão para 8 de julho.
Mais uma vez, tal como no Chipre e no México, a ilha italiana da Sicília está a oferecer subsídios de férias aos visitantes nacionais e internacionais para incentivar ao turismo, conforme revela o "The Guardian".
10. Espanha
Também Espanha passou por um período contornado devido à COVID-19. Os números já começaram a estabilizar, razão pela qual começa a ser levantadas algumas restrições. As praias vão ser reabertas em junho, enquanto hotéis, em algumas partes do país, já abriram portas.
E é em Espanha que as fronteiras abrem mais rápido: já a 1 de junho os viajantes da UE vão poder regressar ao país sem ter de ficar em quarentena. "Em julho permitiremos a chegada de turistas estrangeiros à Espanha em condições seguras", disse o primeiro-ministro Pedro Sánchez em comunicado, acrescentando ainda: "Garantimos que os turistas não correm risco e que não representam um risco (para a Espanha)."
Para já fala-se apenas nos países europeus, mas destinos como a Lituânia e a República Checa podem vir a fazer parte a "bolha de viagem". "Temos de garantir que quando o turismo internacional abrir a pessoa que vem para a Espanha seja uma pessoa segura", disse o ministro do Turismo da Espanha, Reyes Maroto, ao jornal "El País".
11. Maldivas
Só de ouvir Maldivas, já só nos vem à cabeça as águas claras e o clima tropical. E parece que os turistas estão prestes poder desfrutar de um mergulho numa das ilhas.
"Nos próximos três meses as Maldivas tornar-se-hão no primeiro país livre de COVID-19 na região da Ásia", disse o ministro do Turismo, Ali Waheed, durante uma reunião online do parlamento nas Maldivas, de acordo com a CNN Travel. "Estamos a realizar pesquisas para começar o turismo seguro quando chegarmos a essa estrada", acrescentou.
Na reunião foi ainda proposta uma reabertura em fases que permitiria a entrada de jatos particulares e iates a partir de 1 de junho. Além disso, o governo também emitiu uma "licença de turismo seguro" para instalações turísticas que cumpram os requisitos de segurança e os turistas viajantes que chegarem às Maldivas devem ter um comprovativo de reserva numa dessas instalações. Precisam ainda de um comprovativo de estão livres de COVID-19.
12. Santa Lúcia
Depois de fechar as fronteiras a 23 de março, Santa Lúcia, uma das várias ilhas do Caribe, reabre a 4 de junho. Aqueles que viajam para o país devem apresentar "prova certificada" de um teste COVID-19 negativo realizado entre as 48 horas antes de embarcar.
À entrada os visitantes vão ser sujeitos a triagens e verificações de temperatura pelas autoridades sanitárias portuárias e deverão usar máscaras faciais, bem como manter o distanciamento social durante a visita.
"Os novos protocolos foram cuidadosamente elaborados e criarão confiança entre os viajantes e os nossos cidadãos", disse o ministro do Turismo, Dominic Fedee, em comunicado.
13. Portugal
Também fazemos parte da lista de países que planeiam voltar a receber turistas. Portugal começa esta segunda-feira, 1 de junho, a terceira fase de desconfinamento, mas a reabertura das fronteiras não vai ser o foco para já: "Gradualmente começaremos a procurar facilitar o controle das fronteiras", disse o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, no início de maio.
Já Rita Marques, secretária de Estado do Turismo do país, deixou um conselho: "Não cancele, adie", permitindo que os turistas remarquem até ao final de 2021 férias pré-agendadas entre 13 de março e 30 de setembro de 2020 em Portugal.
Contudo, sabe-se que nos aeroportos portugueses serão introduzidos em breve exames de saúde nas chegadas, mas os viajantes não terão de ficar em quarentena.
14. Aruba
Esta ilha do Caribe prevê comçar a receber turistas entre 15 de junho e 1 de julho.. Contudo, a agência de visitantes de Aruba refere que estas datas são provisórias, e que vão ter em conta o evoluir da pandemia na ilha. Contudo, a preparação já está a ser feita e foi criado um "Código de Saúde e Felicidade de Aruba" que é no fundo um programa obrigatório de certificação de limpeza e higiene para todas as empresas relacionadas com o turismo no país.
Em Aruba os centros comerciais, cinemas, salões de beleza e restaurantes ao ar livre já abriram, a 25 de maio, mas o recolher entre as 22h e as 5 horas permanece, o que significa que esses estabelecimentos devem fechar às 22 horas todos os dias.