Os Estados Unidos preparam-se para apertar o cerco em relação a quem cruza as suas fronteiras. O Departamento de Segurança Interna quer passar a exigir aos turistas estrangeiros cinco anos de histórico de redes sociais, além de outros dados pessoais que até agora não eram obrigatórios, diz o "The New York Times".

A proposta foi publicada no Federal Register, o diário oficial do Governo dos Estados Unidos, e entra num período de consulta pública de 60 dias. Mesmo que seja para uma viagem curta, o País quer saber mais sobre quem entra. A medida incide, sobretudo, sobre quem recorre ao Programa de Isenção de Visto (ESTA), que permite entradas de até 90 dias a cidadãos de cerca de 40 países, como Portugal.

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Por isso, se hoje em dia basta preencher um formulário eletrónico, no futuro os viajantes poderão ter de abrir as portas do seu passado digital, como nomes de utilizador, plataformas usadas, números de telefone antigos, e-mails desativados. Tudo isto a somar à possível recolha de dados biométricos, das impressões digitais, das fotografias e varredura de íris.

O Governo norte-americano defende que esta recolha alargada serve para reforçar a segurança e melhorar a triagem de potenciais ameaças. Contudo, estas medidas poderão impactar o direito à reserva da vida privada e à liberdade de expressão, correndo o risco de afastar turistas, acrescenta a mesma publicação, dizendo que, se a regra avançar, qualquer turista poderá ver-se a justificar anos de publicações, gostos, fotos e conversas.

Numa altura em que os Estados Unidos se preparam para a chegada massiva de visitantes, atraídos pelo Mundial masculino de futebol e pelos Jogos Olímpicos de 2028, em Los Angeles, especialistas ouvidos pela BBC alertam para o facto de que a proposta poderá dificultar a entrada de turistas ou pôr em causa as suas garantias digitais.