Esta quinta-feira, 29 de julho, a humanidade terá consumido os recursos planetários do ano, alerta a organização não-governamental norte-americana Global Footprint Network. Depois de a pandemia ter abrandado o ritmo de recursos naturais em 2020, este ano o cenário começa a regredir novamente, tal como aconteceu em 2019.

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"Quando faltam mais de cinco meses para o final do ano, a 29 de julho, teremos esgotado o orçamento planetário de recursos biológicos para 2021. Se tivéssemos necessidade de uma lembrança da emergência climática a ecológica com que estamos confrontados, o Dia da Sobrecarga da Terra encarrega-se disso", disse Susan Aitken, dirigente política em Glasgow, Escócia, cidade que vai acolher a 26.ª Conferência das Partes — COP26 — da Convenção Quadro da Organização das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, em novembro de 2021.

O índice que indica o cada vez maior consumo da população humana faz um paralelismo para que seja mais fácil compreender a escassez de recursos: só este ano, seriam necessárias 1,7 Terras para satisfazer as necessidades da população mundial, escreve a Agência Lusa, citada pelo "Observador".

Para chegar à data desta quinta-feira — o Dia da Sobrecarga da Terra —, a ONG faz cálculos baseados no cruzamento da pegada ecológica das atividades humanas (superfícies terrestre e marítima necessárias para produzir os recursos consumidos e para absorver os resíduos da população) e a "biocapacidade" da Terra (capacidade dos ecossistemas de se regenerarem e absorverem os resíduos produzidos pelo Homem, como a sequestração do dióxido de carbono), salienta a agência noticiosa, de acordo com a mesma publicação.

A sobrecarga do planeta acontece quando a pressão humana excede a capacidade de regeneração dos ecossistemas naturais. A situação não para de se deteriorar, segundo a ONG, nos últimos 50 anos.

Em 2020, o planeta tinha "ganho" três semana, devido ao efeito dos confinamentos associados à pandemia da COVID-19. O agravar da situação este ano é explicado pela subida da pegada do carbono, em 6,6%, e pela perda da biocapacidade florestal mundial, em 0,5%, "devido em grande parte ao pico de desflorestação na Amazónia", salienta a Global Footprint Network.

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