
Nos dias quentes de verão, o que mais apetece é passar o dia na praia e terminá-lo numa esplanada. O Palm Tree Cascais, a cinco minutos a pé da estação de comboios e a dois do areal e do oceano, é o spot ideal para concretizar este plano.
Antes era um pub, mas desde agosto de 2023 que assumiu a nova identidade (e poderá mudar de nome em breve). "Um sítio turístico que não é para o turista" é como o descreve um dos proprietários, João Franco, que herdou o restaurante. No dia em que o visitámos (e provavelmente em muitos outros), a esplanada estava cheia, não fosse este um espaço tão convidativo.
A falta de estacionamento acaba por ser um dos entraves, mas nada como deixar o carro à porta de casa e ir despreocupado, para poder aproveitar as harmonizações vínicas propostas pelo gerente, Henrique Martins, ou os cocktails criados pelo mixologista Gonçalo Esteves.
Além dos menus de grupo e do menu executivo (prato do dia + sobremesa e café por 15€), disponível em dias úteis à hora de almoço, destacam-se os menus de degustação, que, lançados em abril, vão sendo alterados a cada três meses, consoante a sazonalidade dos ingredientes.
Pode experienciar um destes menus mais sofisticados, com diferentes momentos, tanto ao almoço como ao jantar, desde que reserve com alguma antecedência (dois dias, idealmente). O menu de cinco pratos (para até oito pessoas) custa 70€, o de sete 90€ e a prova cega, por 120€, em que fica nas mãos do staff tanto para o menu como para os vinhos.
Fomos cobaias de um destes cenários e deixámo-nos levar pelas sugestões do chef Raphael Garzon, que está há cerca de três anos no projeto e que se formou em São Paulo, no Brasil. "A minha cozinha é bem contemporânea, com bases francesas. Tento fazer um mix de tudo o que há no mundo", explicou, à MAGG.
Estas degustações decorrem numa sala à parte, que garante uma experiência mais intimista. Com as paredes forradas com garrafeiras (onde estão incluídas referências de pequenos produtores), uma mesa redonda e uma porta de vidro, este cantinho imersivo é excelente para quem procura exclusividade, atenção ao detalhe e curadoria.
Começámos com o couvert e com uma amouse bouche de ostras velouté com vinagrete de ovas negras e um cocktail à base de espumante. Depois, um ceviche de vieiras com manga, pepino, tomate cherry, cebola roxa e bisque de camarão e um niguiri de lagostim com farofa de bacon e limão e mousse de chevre shimeji, emparelhados com o rosé de Kylie Minogue.
De seguida, o par espumante Marquês de Marialva e lulas com blini, pesto, fonduta de creme e ovas de salmão. O ravioli de lagosta e brie com manteiga de salsa e lima (o nosso prato preferido) foi servido com o Riesiling da Adega Mãe, mais frutado e fumado, com especiarias.
Apesar de termos adorado o ravioli, a fasquia manteve-se elevada com a fogueira que nos serviram. Sim, leu bem. Chegou-nos à mesa uma mini fogueira de ervas onde seria preparada uma carne curada suculenta, que fazia match com o Baía das Enseadas Pinot Noir. Este é aquele momento em que não resiste a sacar do telemóvel.
Para terminar em grande, um bife Wellington com molho de vinho do Porto, cogumelos e mostarda dijon, servido com Tinta Carvalha de António Maçanita, e um petit gateau de doce de leite com amêndoas e gelado de coco, melhorado com um cocktail com amareto e café.
"Queremos ter algo com estrutura e verdade em cima da mesa", garante-nos o responsável, quanto à premissa do Palm Tree Cascais. E, a nosso ver, é isso mesmo que entrega.
O restaurante dispõe de cerca de 130 lugares e diferentes ambientes. Agora, prepara-se para abrir mais uma esplanada, nas traseiras, para corresponder à procura. Sextas e sábados são sinónimo de música ao vivo com cantores ou DJs. Ao longo do ano, vão sendo dinamizadas iniciativas como festas e provas vínicas.