A taxa de inflação atingiu um valor recorde em julho: 9,1%, o valor mais alto desde novembro de 1992, segundo dados divulgados esta sexta-feira, 29 de julho, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), de acordo com o "Público". Em 30 anos, foi atingido o valor mais elevado da taxa de variação do índice de preços no consumidor, que não é acompanhada pelo aumento de salários dos portugueses. Apesar de tudo estar mais caro, incluindo as casas, e de nos supermercados os preços dispararem, as cadeias aumentam os lucros.

É o exemplo da Sonae, que no primeiro semestre registou um crescimento de 89% nos lucros, para os 118 milhões de euros. É o resultado do "crescimento dos negócios, o sucesso na gestão do portfólio e o comparável com o primeiro semestre de 2021 que havia sido afetado pela pandemia", justifica a empresa num comunicado divulgado esta quinta-feira, 28, citado pelo "Expresso".

Estes lucros abrangem o período de tempo em que os preços começaram a ficar ainda mais inflacionados em Portugal, particularmente após 24 de fevereiro, data em que começou a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Apesar dessa situação estar a ter impacto no preço dos combustíveis e dos produtos de supermercados, o grupo mantém-se confiante.

"Os nossos negócios têm reforçado o compromisso com os nossos clientes, implementando ofertas competitivas diferenciadas para os apoiar e mitigar a pressão no rendimento disponível das famílias", acrescentou.

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Já a Jerónimo Martins, da qual faz parte o Pingo Doce, fechou a primeira metade de 2022 com um aumento de lucros na ordem dos 40,3%, o que corresponde a um lucro no valor de 261 milhões de euros, avançou esta terça-feira, 26, segundo o "Jornal de Negócios". Também ciente "dos efeitos do aumento da inflação e das taxas de juro no rendimento disponível das famílias", a Jerónimo Martins afirma o compromisso de criar "oportunidades de poupança" aos consumidores.

"O esforço de contenção dos preços de venda será mantido, num contexto em que a inflação ao nível dos custos aumentará a pressão sobre as margens percentuais das nossas insígnias", cita o mesmo jornal.

No entanto, apesar dos lucros das cadeias de supermercados, é notório o aumento do preço do cabaz alimentar, que passou de 187,70€ para 205,09€ — aumento de 9,37% desde janeiro, de acordo com os dados da Deco Proteste, que usa como referência um cabaz composto por 63 produtos essenciais, do leite à massa.

O que vai acontecer daqui para a frente?

Por parte das cadeias de supermercados, o compromisso é o de manter, durante este ano, preços competitivos e que vão ao encontro das necessidades das famílias, cada vez com menor poder de compra. Mas há setores nos quais já é possível prever um claro aumento de preços em 2023.

É o caso do aumento do preço das portagens, assim como o das rendas e de várias prestações sociais, incluindo pensões, abonos e subsídios que são calculados com base no IAS (indexante de apoios sociais), noticia o jornal "Observador".

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A alteração do valor das prestações sociais prevista para 2023 deve-se à combinação de dois indicadores: o primeiro é a subida da inflação média dos últimos 12 meses e o segundo diz respeito ao crescimento médio da economia dos últimos dois anos — escalada mais alta nas últimas décadas.

Este cenário só vai mesmo acontecer caso o governo não tome medidas até ao próximo ano para acautelar os impactos da inflação. Para já, não há nada em cima da mesa, é apenas reconhecido pelo presidente da República que atravessamos "tempos difíceis".

"É evidente que estes são tempos difíceis, que a inflação continua a subir — e está a subir com um atraso um mês, dois meses em relação à subida espanhola — o que quer dizer que enquanto durar a guerra provavelmente teremos um conjunto de consequências que temos de enfrentar", disse aos jornalistas o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esta sexta-feira, 29 de julho.

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