A partir desta terça-feira, 12 de setembro, o ano letivo 23/24 começa para milhares de alunos do 1.º ao 12.º ano, mas muitos terão furos nos horários. A falta de professores a pelo menos uma disciplina está a fazer com que o regresso às aulas seja mais conturbado, e as paralisações e greves dos docentes voltam em força para reforçar ainda mais esta situação.
Existem cerca de 80 mil alunos sem professores a uma ou mais disciplinas, de acordo com o “Diário de Notícias”. Esta escassez afeta sobretudo o Algarve e Lisboa e Vale do Tejo, com maior incidência nas disciplinas de Português, Matemática e Informática.
No entanto, a situação irá piorar nos próximos meses: 386 professores irão reformar-se já neste mês de setembro e mais 340 até ao final de outubro, e só poderão ser substituídos após a aposentação, o que irá dificultar a vida de mais de 1,3 milhões de alunos que começaram o ano letivo esta terça-feira.
Também nesta terça-feira, começou uma greve devido à quantidade elevada de trabalho, às horas extraordinárias e à componente não letiva. Segundo a “RTP”, a plataforma de nove organizações sindicais, que inclui a Fenprof e a Federação Nacional da Educação (FNE), pretende com isto não impactar as aulas dos alunos, mas exigir melhores condições para a possível realização do seu trabalho.
Na segunda-feira, 18, o Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) avança também para uma greve durante toda a segunda semana de aulas e, no dia 6 de outubro, há uma greve nacional convocada pela plataforma sindical.
O que não melhora a situação é a falta de novos profissionais na área da educação. Em comentário ao “Diário de Notícias”, Filinto Lima, presidente da direção da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), afirma que o número de jovens que pretendem seguir carreira como professor fica muito longe do número daqueles que se vão reformar. Isto revela que o futuro da educação não irá melhorar em Portugal, o que irá trazer graves consequência para os estudantes.