A Ucrânia voltou a amanhecer ao som de explosões. Este sábado, 2 de abril, a vice-ministra da defesa ucraniana, Ganna Maliaranunciou que, após a retirada das forças russas das principais cidades próximas da capital,  as cidades de "Irpin, Busha, Gostomel e toda a região de Kiev foram libertadas do invasor", disse Maliar através da rede social Facebook. No entanto, a madrugada deste domingo, 3, veio inverter o cenário.

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Nas últimas horas, principalmente a partir do momento em que terminou o período de recolher obrigatório, 6h00 (horário local), têm surgido vários relatos dos danos causados pela invasão russa nas principais cidades alegadamente recuperadas pela Ucrânia.

Em Busha, cerca de 20 corpos de civis foram encontrados alinhados numa rua e em Borodyanka vários edifícios ficaram totalmente destruídos. Também Poltova foi novamente palco de combates entre as tropas russas e ucranianas, num momento em que mais de 4 mil pessoas abandonaram o território, avança a CNN Portugal.

Em Odessa, a madrugada foi pautada por explosões e nuvens de fumo negro

Ainda assim, terá sido Odessa o principal alvo da Rússia na madrugada deste domingo. A cidade contou vários ataques no início da madrugada, pelo menos três junto ao porto, a cerca de três quilómetros do centro, registando-se fortes explosões e colunas de fumo numa área onde se armazena combustível.

"Odessa foi atacado do ar. Foram relatados incêndios em algumas áreas. Alguns dos mísseis foram abatidos pela defesa aérea", escreveu na plataforma de mensagens Telegram o conselheiro do ministro do Interior ucraniano, Anton Guerachtchenko.

Porquê Odessa? Estima-se que o facto de se tratar de uma cidade cidade histórica e de importância estratégica, já que tem o maior porto do país e dá acesso ao Mar Negro para o resto da Ucrânia, seja a principal motivação das tropas de Putin. Isto, e o facto de contar com uma refinaria de petróleo e armazenar grandes quantidades de combustível.

Moradores de Irpin impedidos de regressar a casa

Desde que a Ucrânia se apercebeu de que as tropas russas estavam a armadilhar o território à medida que se retiravam, procedeu a uma limpeza dos espaço. No entanto, só nas últimas 24 horas, desde que a cidade de Irpin, perto de Kiev, foi alegadamente libertada, as equipas de resgate já desativaram mais de 640 explosivos, avança a CNN Portugal.

Segundo o jornal "Kyiv Independent", que cita o autarca local Oleksandr Markushyn, os moradores não vão poder retornar à cidade, pelo menos, durante um mês, porque os militares ainda estão a concluir a limpeza de explosivos deixados pelos russos.

Papa Francisco criticou (indiretamente) Putin

Foi em Malta, este sábado, 2, que o Papa Francisco criticou pela primeira vez a postura de Vladimir Putin, ainda que não tenha mencionado diretamente o seu nomes. É certo que já se havia referido à guerra provocada pela Rússia como uma "agressão injustificada", mas, desta vez, falou de um "vento gelado da guerra", responsabilidade de "um poderoso qualquer... tristemente fechado em reivindicações de interesses nacionalistas".

Face às perguntas dos jornalistas, o Papa Francisco admitiu ainda que está a ser ponderada uma visita à Ucrânia, enquanto alertava para o risco de "uma guerra prolongada e fria que pode sufocar a vida de povos e gerações inteiras".

Encontro entre Kiev e Moscovo pode estar para breve

Tudo indica que um eventual encontro entre Kiev e Moscovo esteja para breve, supostamente com a Turquia como palco.

O principal negociador da Ucrânia nas negociações de paz com a Rússia, David Arakhamia, disse este sábado que a Rússia aceitou "oralmente" as principais propostas ucranianas. "A Federação Russa deu uma resposta oficial a todas as posições [ucranianas], nomeadamente que as aceita, exceto no que diz respeito à questão da Crimeia", anexada por Moscovo em 2014, assegurou Arakhamia, em declarações citadas pela SIC Notícias.

Até à data, embora "não haja confirmação oficial por escrito", a Rússia aceitou "oralmente", acrescentou. Para que a atitude russa tenha implicações práticas, é possível que os presidentes ucraniano, Volodymyr Zelensky, e russo, Vladimir Putin, avancem com uma reunião presencial que, a acontecer, diz, será "provavelmente" na Turquia, já que o chefe de Estado turco, Recep Tayyip Erdogan, já confirmou que o país está disposto a acolher o encontro.

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