Os deputados da Assembleia da República estão a queimar os últimos cartuchos da legislatura, as eleições chegam dentro de dois meses, mas os deputados continuam a aprovar leis. E depois da polémica lei que permite que os alunos possam escolher o género e o nome por que querem ser tratados nas escolas, bem como a casa de banho e balneário que querem frequentar, agora, e novamente após propostas do PS e dos partidos à esquerda (Bloco de Esquerda e Livre, tal como do PAN), foi aprovado um diploma que permite que as pessoas possam escolher um nome neutro. Ou seja, passa a haver nomes que podem ser dados a crianças que nascem com o sexo masculino ou feminino, como Rafa, Cris ou Alex, por exemplo.

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Estas alterações farão parte do Código do Registo Civil. O texto completo que irá ser vertido em lei foi criado após propostas do PS, Bloco de Esquerda, Livre e PAN, e teve votos favoráveis do PSD e da Iniciativa Liberal. O PCP absteve-se e o Chega votou contra. Ainda assim, e por este ser um tema controverso, e que mexe com valores e crenças individuais, houve 21 deputados do PSD que votaram contra o sentido do partido e 9 abstiveram-se. No PS também não houve consenso e 8 deputados também se abstiveram. Ainda assim, a lei foi aprovada.

O que ficou de fora foi o desejo do Bloco de Esquerda de eliminar do cartão do cidadão a referência ao sexo das pessoas. Mas isso só aconteceu, de acordo com uma explicação do PS, porque não era possível reconfigurar o sistema informático em tempo útil da lei.