Um perigoso cadastrado espanhol, de 73 anos, atacou duas jovens portuguesas de 17 e 22 anos, em Castelo de Vide, tentando violá-las e disparando sobre elas. O homem, conhecido por "Manolo" ou "El Quintas", tem 73 anos e já havia cumprido duas penas de prisão em Espanha precisamente por ter assassinado um casal de namorados e por ter violado três mulheres, cumprindo dois períodos de pena de prisão, num total de 31 anos). Desde 2019 que o homem vivia em Portugal, numa autocaravana ilegalmente estacionada num parque de campismo não regulamentado na zona da barragem de Póvoas e Meadas, em Castelo de Vide. As autoridades portuguesas sabiam quem era Manuel Martínez Quintas, conheciam o seu passado, e mantinham-no vigiado. Mas não o suficiente.
O crime ocorreu esta terça-feira, 6 de agosto. O homem, que vivia como um eremita no tal parque de campismo, costumava dar passeios pela zona da barragem. Num desses passeios, cruzou-se com as duas jovens, de 17 e 22 anos, que passavam férias numa tenda no mesmo local, que, por não estar regulamentado, não tem vigilância. Foi nesse momento que as atacou, tentando violá-las e disparando sobre elas. As jovens conseguiram fugir e apresentaram de imediato queixa às autoridades, que não tiveram dificuldade em chegar até ao agressor.
Em 24 horas, a Polícia Judiciária conseguiu todos os meios de prova, quer científicas quer testemunhais, e o homem foi detido. Foi presente a um juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Nisa, que lhe decretou como medida de coação a prisão preventiva. Manuel Quintas foi então levado para o Estabelecimento Prisional de Elvas. De acordo com o "Correio da Manhã", que divulgou a história, o homem deverá ser transportado agora para o Estabelecimento Prisional de Lisboa, onde aguardará julgamento.
Uma história de crime, violência e cadeia
Manuel Martínez Quintas tem um longo história ligado ao crime, em Espanha. Em 1981 foi condenado pela primeira vez pelo assassinato de um casal de namorados. Foi condenado a 73 anos de cadeia, dos quais cumpriu apenas 13, tendo sido posto depois em liberdade condicional. Acabaria por voltar a atacar, violando três mulheres, o que lhe valeu nova pena de prisão de 21 anos, que cumpriu na zona de Zamora, em Espanha. Quando foi libertado, em 2017, o homem teve de mudar de cidade, já que era conhecido pelos seus crimes. Foi para a Corunha, Galiza, a pouco mais de 150 km da fronteira com Portugal. Também aí, e ao fim de pouco tempo, a sua identidade foi conhecida. Foram espalhados cartazes com a sua foto, alertando a população de que o homem em causa era um perigoso violador e homicida. "Manolo" acabou por vir para Portugal em 2019, refugiando-se no parque de campismo perto da barragem de Póvoas e Meadas. As autoridades portuguesas sabiam quem era Manuel Quintas, tinham-no referenciado e vigiado, mas não tinham qualquer base legal para o deter ou expulsar, refere o "Correio da Manhã".
Mas o pior aconteceu mesmo.