A cidade do Porto vai deixar de ter carros na zona histórica. "O plano está elaborado. Estamos a ver qual a melhor altura para o apresentar, mas certamente que será até ao final deste ano. Provavelmente, primeiro, em sede autárquica e depois divulgado publicamente", declarou o vereador, Pedro Barganha, nesta quinta-feira 8 de setembro, durante o congresso Cidades que Caminham, que decorre até esta sexta-feira, 9.
O responsável autárquico esclarece que o plano de pedonalização do centro histórico abrange as "zonas do Património Mundial da Unesco desde 1996", acrescentando que "apesar de ser um plano que perspetiva ações futuras", os organizadores já estão a atuar, "designadamente com as Zonas de Acesso Automóvel Condicionado [ZAAC], que já estão implementadas, em grande medida, naquele território".
Para Rui Moreira, presidente da câmara do Porto, o plano será mais fácil de ser implementado precisamente por já existirem as ZAAC. "Trata-se agora da reabilitação do centro histórico e da racionalidade de uma rede estritamente pedonal", acrescentou.
A informação do novo plano de pedonalização do centro histórico da cidade do Porto foi dada em março deste ano, durante uma discussão do novo Plano de Gestão e Sustentabilidade para o Centro Histórico do Porto. Na altura, Rui Moreira falou na possibilidade da interdição ao trânsito no tabuleiro inferior da ponte Luís I. "Não é por causa da pandemia, a utilização do veículo individual aumentou, mas a verdade é que se verifica hoje que o trânsito no Centro Histórico mudou. Obriga-nos a pensar e a ser mais audazes", explicou na altura.
O plano de arborização do espaço público na cidade também foi um assunto em cima da mesa no congresso. Pedro Barganha confessou que era "muito mais agradável viver e caminhar numa rua sombreada e protegida das ilhas de calor urbano do que numa rua inóspita". Um plano que afirmou, posteriormente, ser "para toda a cidade do Porto" e que corresponde a uma estratégia que visa definir "quais são as boas práticas que devem ser evitadas''.