
O governo português está a preparar uma série de contingências para uma nova vaga de contágios por COVID-19, que é esperada em outubro, três semanas após o arranque do ano letivo 20/21. De acordo com vários epidemiologistas que fazem projeções para a Direção-Geral da Saúde (DGS), Portugal poderá passar por um aumento "exponencial", sobretudo "nas zonas com maior densidade populacional, como Lisboa e Porto”, diz Manuel Carmo Gomes, professor de epidemiologia na Universidade de Lisboa, escreve o "Expresso".
O especialista acredita que “até fevereiro vamos estar sempre debaixo de grande risco”, numa altura em que os peritos alertam para a situação nos países do hemisfério sul, já no inverno. Com as temperaturas mais baixas, estes mesmos países estão a ter sérias dificuldades em controlar os surtos do novo coronavírus.
"As pessoas passam mais tempo em ambientes fechados, tentam manter as suas atividades profissionais, os transportes estarão a funcionar e as aulas a decorrer”, salientam os peritos, como adianta a mesma publicação. Para além disso, este vírus estará a circular simultaneamente com o vírus da gripe, o que resultará numa maior pressão para as unidades de saúde.
Para tentar controlar o novo surto em outubro, o Ministério da Saúde vai reforçar a vacinação contra a gripe sazonal, dando prioridade aos profissionais do SNS e a funcionários de lares. Está ainda a ser estudado o alargamento dessa vacinação, de forma gratuita, a grávidas e novos grupos de risco que ainda serão divulgados, adianta o "Expresso".
Para além desta medida, os laboratórios serão reforçados para terem maior capacidade de resposta nos testes de diagnóstico; as teleconsultas vão aumentar; os medicamentos de dispensa exclusiva hospitalar vão passar a ser disponibilizados em farmácias ou em casa dos doentes; e as unidades de cuidados intensivos vão ter mais camas.