A ideia era arrojada: sair do hospital dando a entender que estava frágil, num estado anímico, para de seguida rasgar a camisa, perante as câmaras de televisão, e mostrar a T-shirt do super-herói como símbolo da força e da superação da doença. Apesar de ainda ter partilhado o plano com a equipa, acabou por não avançar.

A história é partilhada pelo "The New York Times", que revela ainda que Donald Trump terá mesmo feito vários telefonemas a membros ligados à sua campanha presidencial para propor a ideia. Contudo, o presidente dos Estados Unidos acabou por sair do Walter Reed National Military Medical Center, onde esteve internado três dias a receber o tratamento para a COVID-19, tal como é habitual apresentar-se: de camisa e fato.

Este sábado, 10 de outubro, Trump fez a primeira aparição pública desde o regresso à Casa Branca, começando logo por dizer "sinto-me ótimo" a partir da varanda, dirigindo-se a centenas de pessoas que se concentravam no relvado no âmbito de um protesto pacífico 'pela lei e pela ordem'.

O "The New York Times" avança que foram feitos 2 mil convites para o evento deste sábado, mas pareceram menos pessoas daquelas que eram previstas inicialmente.

"Quero agradecer a todos os que rezaram, sei que estiveram a rezar enquanto estava naquele hospital", disse Trump no discurso para onde levou uma máscara branca, que acabou por tirar. Durante os 18 minutos em que esteve a falar, disse ainda que as vacinas em desenvolvimento sairão "muito muito rápido, em tempo recorde, como sabem, sairão muito muito em breve. Temos grandes grandes companhias a fazê-lo", recorrendo à repetição para enaltecer os esforços da ciência que, no caso do tratamento que tomou, considera ser uma "cura".

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Entretanto, este sábado à noite, foi revelado que o presidente dos Estados Unidos que testou positivo para a COVID-19 há nove dias, está praticamente fora de perigo. "É com satisfação que anuncio que, além de o Presidente preencher todos os critérios para o fim em segurança do isolamento, à luz dos padrões atualmente reconhecidos, também já não corre o risco de transmitir [o vírus] a outras pessoas”, afirmou o médico Sean Conley.

O médico acrescentou que Donald Trump já não tem febre e os sintomas melhoraram, revelando ainda que os novos testes mostraram que “já não apresenta o índice de replicação ativa do vírus” e que a carga viral está “a diminuir”.