O coronavírus já infetou mais de 90 mil pessoas em todo mundo e chegou também esta segunda-feira, 2 de fevereiro, a Portugal. Uma vez que o cenário de propagação marca vários pontos do globo, a Uber e a Lyft, duas plataformas que contactam constantemente com pessoas que entram e saem dos seus carros, decidiram tomar medidas.
A Uber partilhou um documento com os motoristas que tem espalhados por todo o mundo, com diretrizes que indicam a forma como cada condutor deve proceder. Apesar de não fugirem muito às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), como a lavagem frequente das mãos com água e sabão durante pelo menos 20 segundo, ou o uso de desinfetante nas mãos, acrescentam a desinfeção do carro e o alerta aos sintomas do vírus. Recomendam, por isso, que os motoristas fiquem em casa se tiverem febre ou outros sinais como dificuldade respiratória ou tosse.
"Estamos sempre a trabalhar no sentido de garantir a segurança dos nossos funcionários e de todos na plataforma Uber, e continuamos preocupados com a disseminação contínua do coronavírus", afirmou a empresa em comunicado. Apesar da preocupação, a empresa alerta os motoristas quanto à discriminação, uma vez que o coronavírus não deve ser pretexto para recusar serviços a clientes, sejam de que raça forem.
Contudo, os motoristas sentem-se pouco seguros e temem uma pandemia: "Se eles nem comunicam connosco, o que acha que vai acontecer? Não quero especular sobre uma pandemia, mas vamos ficar sozinhos. Eles não se importam connosco", disse um motorista à "Vice", acrescentando ainda que apesar dos conselhos da Uber, esta não cobre os custos de materiais de proteção como máscaras ou desinfetante.
Por isso, os motoristas não só temem os riscos para a saúde ao contactar com pessoas vindas de todo o mundo, como os efeitos do coronavírus no negócio, uma vez que se tiverem de suspender os serviços, deixam também de ter uma fonte de rendimento.