No próximo dia 15 de outubro realiza-se um novo desfile da Victoria’s Secret, em Nova Iorque, e a marca surpreendeu os fãs ao anunciar que, além de Gigi Hadid, também Tyra Banks, de 50 anos, vai marcar presença, 19 anos depois de ter sido a primeira mulher negra a desfilar pela VS.
“Desculpem, não conseguimos escrever uma legenda, estávamos muito ocupados a levantar o queixo do chão com a Tyra Banks e a Gigi Hadid a entregar convites VSFS”, legendaram na publicação. O vídeo faz também referência ao programa “America’s Next Top Model”, apresentado por Tyra Banks, onde a modelo entregava um envelope com os resultados. Desta vez, entregou um envelope com um convite para o desfile. “Vemo-nos lá”, disse a Gigi Hadid.
Tyra Banks e Gigi Hadid juntam-se assim a Imann Hammam, Candice Swanepoel, Grace Elizabeth, Devyn Garcia, Paloma Wlsesser, Taylor Hill e Mayowa Nicholas.
A modelo, empresária e apresentadora, que é um dos nomes mais importantes da história da Victoria’s Secret, desfilou nove vezes pela marca, tendo a última sido em 2005. Além de ter estado no primeiro desfile em 1995, foi a primeira modelo negra a ser contratada para um.
O evento anual da marca começou em 2005, mas foi cancelado em 2019 devido às críticas de que os produtos e os 'anjos' da Victoria’s Secret não eram suficientemente inclusivos. Em 2018, Ed Razek, executivo da L Brand, empresa-mãe que detém a Victoria’s Secret, chegou a dizer que a inclusão não fazia parte da premissa do projeto.
“Tentámos fazer um especial de televisão para tamanhos grandes [em 2000]. (...) Ninguém tinha interesse nisso, ainda não têm. É tipo, porque é que o seu programa não faz isso? Você não deveria ter transexuais no programa? Não. Não, acho que não deveríamos. Bem, porque não? Porque o show é uma fantasia. É um especial de entretenimento de 42 minutos. É isso que é”, disse na altura numa entrevista, citado pela revista "L'Officiel".
Aliado a isto, em fevereiro de 2020, tornou-se público o clima de bullying e de assédio sexual a que muitas modelos da marca eram sujeitas nos bastidores dos desfiles. O documentário “Victoria’s Secret: Angels and Demons” divulgou que modelos da marca de lingerie foram abusadas pelo multimilionário norte-americano Jeffrey Epstein, que foi preso por abuso e tráfico de menores em 2019 e morreu na prisão no mês seguinte. O nova-iorquino serviu-se da ligação com o fundador da marca, Les Wexner, para se aproximar das modelos, tendo-se apresentado como recrutador de novas caras.
Contudo, a marca foi renovada e voltou em setembro de 2023 com um especial que apresentava mulheres mais diversificadas em diferentes cidades ao redor do mundo. A mudança veio contrariar as polémicas dos anos anteriores, que levaram a baixas audiências televisivas e ao decréscimo das vendas.
Em 2019, o primeiro ano em que o desfile não se realizou, a marca contratou Valentina Sampaio, a primeira modelo transgénero. No ano seguinte, lançaram a primeira coleção que comportava tamanhos grandes, indo do XXS ao XXL. Em 2022, Sofia Jirau tornou-se a primeira modelo com síndrome de Down a aparecer numa campanha.