Gabriel Attal é o novo primeiro-ministro de França e foi escolhido pelo presidente francês Émmanuel Macron, de quem era braço direito. Com 34 anos, o agora ex-ministro da Educação sucede a Élisabeth Borne, que se demitiu esta segunda-feira, 8 de janeiro, e torna-se o primeiro chefe do governo assumidamente homossexual no país e o mais novo da 5.ª República.

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A mudança de primeiro-ministro acontece após um ano marcado por crises políticas desencadeadas por reformas contestadas do sistema de pensões e das leis de imigração de França.

Em França, o presidente da República, que tem mais poder do que noutro país da União Europeia, pode nomear alguém para primeiro-ministro. “Temos um presidente em França que preside à República, que controla o governo, que controla o parlamento, que controla o Tribunal Constitucional. É um super presidente, como Júpiter”, comentou Christophe Chabrot, professor de direito público na Universidade Lumiére Lyon II, citado pela Euronews.

1. É homossexual

Apesar de ser bastante discreto relativamente à sua vida pessoal, Gabriel Attal sempre falou abertamente da sua homossexualidade. Em 2019, ao ser entrevistado para o “Melty”, o novo primeiro-ministro de França falou sobre a homofobia no meio político e garantiu que as mentalidades estavam a evoluir.

“Sou forte o suficiente para enfrentar ataques homofóbicos. Quando ouço estas palavras, penso especialmente nos milhões de franceses que vivem isto no anonimato e são menos apoiados ou acompanhados do que eu”, disse. A homossexualidade de Gabriel Attal, segundo a agência Reuters, foi revelada em 2018 por um antigo colega de escola.

2. É o primeiro-ministro mais novo da 5.ª República

Gabriel Attal tornou-se o primeiro-ministro mais novo da 5.ª República da França, destronando Laurent Fabius, que tinha 37 anos quando foi nomeado por François Mitterrand, em 1984. Além disso, também se tornou, aos 29 anos, o membro mais jovem de um governo francês, enquanto secretário de Estado da Educação e Juventude.

3. Sofreu de bullying

Em novembro de ano passado, Gabriel Attal contou no programa da televisão francesa “Sept à huit” que tinha sido vítima de bullying numa das escolas privadas mais prestigiadas de Paris, a l’École Alsacienne, segundo o “g1”, durante a sua adolescência, devido à sua orientação sexual. Esta revelação chocou o país.

O alegado agressor era Juan Branco, um advogado e crítico da administração de Émmanuel Macron, segundo o “BNN Breaking”. Depois desta revelação, surgiu uma conversa mais profunda sobre o impacto emocional e psicológico do bullying a longo prazo na vida das vítimas e a urgência de abordar este tema nas escolas e na sociedade.

4. Viveu em união de facto com um eurodeputado

Em 2018, Gabriel Attal tornou pública a sua união de facto com Stéphane Séjourné, um eurodeputado e secretário-geral do partido do governo, agora denominado Renascimento. Stéphane foi um dos conselheiros políticos de Macron até 2 de fevereiro de 2009.

Atualmente já não são um casal, mas nunca anunciaram a sua separação. Stéphane, bastante discreto com a sua vida privada, não quis comentar a relação entre ambos para um artigo do jornal “Libération”.

5. Apesar de jovem, a carreira política de Gabriel Attal tem quase 20 anos

Em 2002, Gabriel Attal começou a fazer parte do Partido Socialista francês. Em 2012, um estágio no gabinete da então ministra da Saúde, Marisol Touraine, fez com que, aos 23 anos, começasse a integrar a equipa do Ministério da Saúde, durante o governo do socialista François Hollande.

Em 2016, deixou o Partido Socialista para se juntar ao partido Em Marche, de Émmanuel Macron, que mais tarde se tornou La République En Marche (LWEM). Aos 29 anos, foi nomeado secretário de Estado do Ministério da Educação. Ocupou vários cargos políticos de relevo, como chefe do LREM, porta-voz do governo, ministro das Contas Públicas e ministro da Educação, segundo o “The Guardian”. Em junho do ano passado, foi eleito deputado à Assembleia Nacional.

6. Tem um irmão adotado

Nikolaï, agora com 13 anos, foi adotado pela mãe de Gabriel Attal e pelo marido após a morte da prima em primeiro grau num acidente de viação, que era mãe da criança. Desde então, o novo primeiro-ministro francês dedica todo o seu "tempo de família" a cuidar dele.

Apesar da diferença de idades de cerca de vinte anos, os dois dão-se "muito bem". Gabriel Attal gosta de fazer todo o tipo de atividades com Nikolaï, como ir ao cinema, à Disneyland e ver filmes antigos, revela o "Gala".