FaceTime Prank é a nova tendência do TikTok. Consiste em usar um filtro do Snapchat com o layout de uma videochamada, de modo a fingir que se está a falar com alguém que tenha uma fotografia esquisita ou engraçada. Depois, é mostrar a alguém essa chamada fictícia e filmar a sua reacção, até a pessoa se aperceber de que se trata, afinal, de uma montagem.

O problema é que há utilizadores a usarem a imagem de pessoas com deficiência para fazerem este tipo de partida. Uma das vítimas foi a americana Lizzie Velásquez, oradora, autora e ativista de direitos de pessoas com deficiência. Lizzie é portadora de uma doença congénita muito rara, chamada síndrome de lipodistrofia marfanóide-progeróide, que, entre outros sintomas, a impede de acumular gordura no corpo.

Numa publicação de TikTok, que também partilhou no Instagram (onde tem mais de 700 mil seguidores) e no Twitter, Velásquez mostra um vídeo de uma mãe a fazer uma partida ao seu filho, utilizando a sua imagem.

"TikTok, preciso da vossa ajuda", começa por dizer a ativista. "Esta tendência em que as pessoas fingem que estão a usar o FaceTime com alguém que tem uma deficiência ou com um bebé com uma fotografia maluca, em que mostram a alguém e dizem 'hey, fala com esta pessoa', só para conseguirem uma gargalhada fácil, não é uma piada."

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"Uma mãe mostrou a uma criança a minha fotografia, disse-lhe 'esta é a tua professora na escola no próximo ano' e ele ficou com um ar assustado."

Velásquez alerta os pais das crianças. "Se és um adulto que tem um jovem humano na tua vida, por favor não ensines que assustar-se com alguém que não se parece com ele é ok", diz. "Esta é uma tendência que tem de parar. Nós somos humanos e nós temos sentimentos. Por favor, tenham isso em mente."

"Uma mãe mostrou a uma criança a minha fotografia, disse-lhe 'esta é a tua professora na escola no próximo ano' e ele ficou com um ar assustado."

O seu vídeo tornou-se viral, resultando em 150 mil partilhas e comentários.

Muitos utilizadores mostraram-se horrorizados só pelo facto de ela ter de ter feito este apelo, falando num apelo por "decência básica humana." Outros alertaram para a "cultura das partidas", acreditando que esta "tem de parar".