Em 2017, José María López, um ex-concorrente da versão espanhola do "Big Brother", foi acusado de abusar sexualmente de Carlota Prado, a sua colega da competição. Quase seis anos depois, eis que chega a sentença – e esta dita a condenação do agressor a 15 meses de prisão e o pagamento de uma indemnização, por parte da produtora do programa, à vítima.

Como a pena é inferior a dois anos, José María López poderá não ter de cumpri-la na prisão, segundo o "El Mundo". No entanto, o tribunal de Madrid condenou o agressor a pagar 6 mil euros à vítima e obrigou-o a manter-se afastado da mesma por um período de quatro anos, devido aos danos morais que a agressão causou. Já a produtora do programa, a Zeppelin Televisión S.A., foi condenada a pagar a mesma quantia à concorrente, por a ter feito reviver o trauma, mostrando as imagens do sucedido.

Foi na madrugada de 4 de novembro de 2017 que tudo aconteceu, tornando-se o pior pesadelo para Carlota Prado. Foi provado que a jovem, que na altura tinha 24 anos, estava sob efeitos do álcool "que a conduziriam depois à inconsciência", segundo o "El Mundo". De seguida, José María López aproveitou e despiu as calças da jovem, tendo começado a fazer movimentos sexuais debaixo do edredão, aparentando estar, pelo menos, a masturbar-se.

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Ainda que a vítima dissesse, "de forma débil", que não era "capaz", o concorrente só parou com a agressão aquando da intervenção de um elemento da produtora do programa, que estava a vigiar as câmaras na altura em que tudo se desenrolava. Foi aí que se apercebeu de que a vítima estava inconsciente, depois de esta se ter mexido e ter ficado com a cara destapada, de acordo com o "Observador". Mas foi o que a produtora fez no dia seguinte que a levou a ter culpa no cartório, segundo o tribunal.

É que, depois de o abuso ter sido consumado, a produtora mostrou as imagens à vítima, sem a avisar previamente em relação ao sucedido. Isto "provocou na vítima um profundo mal-estar, surpresa e dor e posteriormente ansiedade e stress, que em datas posteriores conduziram a um transtorno psicológico”, avança a sentença.

Tudo aconteceu enquanto estava sozinha no confessionário, onde os concorrentes também estão sempre a ser filmados. E ainda que o caso tenha ocorrido em 2017, o caso só foi tornado público dois anos depois, quando meios de comunicação social de Espanha revelaram que a vítima tinha sido convidada a comentar as imagens na sala do programa, onde se encontrava.