Bailey Cooper tinha apenas 8 anos quando descobriu que tinha cancro. Durante 15 meses, a criança britânica lutou com bravura contra uma doença que cedo se revelou demasiado forte. De repente, já não havia nada a fazer — o cancro estava a espalhar-se, sobreviver era impossível. O pequeno Bailey iria morrer.

Ninguém achava que a criança fosse capaz de sobreviver até ao nascimento da irmã mais nova. "Os médicos disseram que ele ia partir antes de Millie nascer. Não morreu. Lutou e, quando estávamos a caminho do hospital, disse: 'Devíamos chamar-lhe Millie'", contou o pai, Lee, ao "The New York Post".

Aos 28 anos, Rachel deu à luz o terceiro filho, em novembro. Tal como Bailey tinha sugerido, chamaram-lhe Millie. "No momento em que conheceu a irmã, começou a esmorecer. Estava a partir". Na véspera de Natal, Bailey morreu.

Bailey Cooper, os pais e os irmãos
Bailey Cooper, os pais e os irmãos

Diagnosticado com um linfoma não Hodgkin, um tumor que tem início no sistema linfático, Bailey adoeceu pela primeira vez no verão de 2016. Depois de iniciar quimioterapia e medicação, o cancro entrou em remissão. Em fevereiro de 2017, a criança até regressou à escola, em Bristol.

Nas férias da Páscoa, porém, a doença voltou. Novamente, sob o efeitos dos tratamentos, o cancro deixou outra vez de ter manifestações clínicas detectáveis em julho, mas voltou em agosto. Já não havia nada a fazer — o cancro espalhou-se rapidamente e foram encontradas metástases nos pulmões, fígado e estômago de Bailey.

Patrizia Bréchot. “O cancro mata-nos porque lhe damos tempo para o fazer”
Patrizia Bréchot. “O cancro mata-nos porque lhe damos tempo para o fazer”
Ver artigo

"Vocês podem chorar 20 minutos. Depois têm de cuidar do Riley e da Millie"

Bailey Cooper estava consciente de que ia morrer. Quando os pais lhe disseram que fizesse uma lista das coisas que queria receber no Natal, a criança concordou. Mas decidiu escolher presentes para o irmão de 6 anos em vez de pensar nele.

"Eles [os presentes] eram mais adequados para o irmão mais novo. Ele escolheu tudo para o Riley porque sabia que não ia brincar com eles."

Às 23h45 de 24 de dezembro, os pais sentaram-se ao lado da cama do filho. "Sabíamos que não ia demorar muito. Dissemos-lhe: 'Está na hora de partir, Bailey. Vai."

No momento em que os pais proferiram esta frase, recordam, o filho deu o último suspirou e uma lágrima caiu-lhe pelo rosto. "Foi pacífico".

O pequeno Bailey lutou com bravura para sobreviver até conhecer a irmã
O pequeno Bailey lutou com bravura para sobreviver até conhecer a irmã

O funeral aconteceu a 6 de janeiro, e centenas de pessoas fizeram questão de comparecer — incluindo o capitão do clube Bristol Rovers, Tom Lockyer, que fez amizade com o pequeno fã de futebol.

Bailey Cooper planeou o próprio funeral, tendo pedido antes de morrer que todos os convidados fossem vestidos com roupas de super-heróis. Na última reunião familiar, pediu também aos pais que fossem fortes. "Vocês podem chorar 20 minutos. Depois têm de cuidar do Riley e da Millie".

Quando a avó lhe disse que gostava de ir no lugar dele, Bailey respondeu: "Isso é muito egoista, 'vó. Tu tens netos para cuidar."