Depois de ter anunciado ter sido contagiado pela COVID-19, Donald Trump foi transportado esta sexta-feira, 2 de outubro, para o Centro Médico Militar Nacional Walter Reed, onde se espera que fique durante os "próximos dias" como medida de precaução. Sabe-se, no entanto, que o presidente não transferiu os poderes presidenciais para Mike Pence, vice-presidente, e que continuará a assumir as funções governativas e o comando do país a partir de uma suite dentro do próprio hospital.

Donald Trump foi transportado de helicóptero para o hospital ainda que, garante a Casa Branca, de momento o presidente só tenha "sintomas ligeiros". "O presidente Trump continua bem-disposto, tem sintomas ligeiros e tem estado a trabalho durante todo o dia. Por excesso de cautela, e por recomendação do seu médico e de peritos, o presidente vai trabalhar a partir dos gabinetes presidenciais em Walter Reed durante os próximos dias", adiantou Kayleigh McEnany, porta-voz da Casa Branca, à imprensa.

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Após 16 horas sem qualquer comunicação no Twitter o que, para muitos, servia de indicação para o verdadeiro estado de saúde do presidente, Trump lançou um vídeo nas suas redes sociais em que se dirigiu diretamente ao país e ao seu eleitorado.

"Quero agradecer a todos por todo o apoio. Neste momento, irei para o hospital Walter Reed. Penso que estou muito bem, mas vamos tentar garantir que as coisas correm bem. A primeira-dama está bem. Obrigado. Fico muito agradecido e nunca esquecerei", pode ouvir-se no vídeo original.

O presidente já terá tomado um cocktail experimental de anticorpos e mantém "espírito positivo", ainda que permaneça cansado. A informação foi dada esta sexta-feira por Sean Conley, médico da Casa Branca.

E ainda que a Casa Branca mantenha e reforce que os sintomas de Trump são ligeiros, um dos seus conselheiros diz sob anonimato à CNN, "que há razões para haver preocupação" uma vez que o presidente está "muito cansado e com alguma dificuldade em respirar" — o que faz aumentar o receio de que o quadro clínico do presidente possa "mudar muito rapidamente".

Segundo uma outra fonte próxima de Trump e ouvida pela CNN, o presidente terá ficado muito assustado quando recebeu a notícia de que tinha contraído a doença da COVID-19. Esse receio, cita a mesma publicação, foi aumentando gradualmente à medida que os sintomas foram evoluído com o surgimento de febre e, mais tarde, de cansaço e dificuldades respiratórias.