Freddy White, 45 anos, desmaiou num jogo de futebol do filho e foi levado para o Western General Hospital em Edimburgo, Escócia. A mulher, Michelle, 44 anos, e o filho Mason, 12 anos, estavam ao lado da cama do homem quando foram avisados pelos médicos para se despedirem caso Freddy não sobrevivesse.
O homem sofria de fibrose quística. “Fui diagnosticado com fibrose quística aos 5 meses de idade e o médico disse que não chegaria aos 12. À medida que envelheci, fiquei mais em forma e mais forte. Jogava futebol duas vezes por semana e a fibrose quística não me impediu, quase não ia ao hospital. Mas aos 38 anos, atingiu-me tudo de uma vez. Percebi que não conseguia mais jogar futebol e quando me atirei para alcançar a bola, senti os meus pulmões a queimar. Fui ao médico e não foi uma boa notícia”, contou.
Esta doença é hereditária e o muco pode acumular-se nos pulmões e no sistema digestivo, causando infeções e problemas na digestão dos alimentos. “Perdi a visão do olho direito, o meu pulmão entrou em colapso quando tive vasculite”, disse Freddy, reforçando que “perder a visão foi provavelmente a pior coisa de todas”.
“Há um mês, fui levado à pressa para o hospital depois de desmaiar no jogo de futebol do meu filho, depois de chutar a bola e cair de lado. Descobri que estava com pneumonia, tomava morfina e remédios fortes para as dores e pensei que passaria meses no hospital. Alguém da equipa de fibrose quística encontrou-me sem resposta no meu quarto, tive uma overdose de morfina porque os meus rins não estavam a libertar nada. Tive de levar uma injeção de adrenalina e foi como ser atingido por um raio. Sente-se todo o tipo de sensações e dores ao mesmo tempo”, explicou ao "Edinburgh Live".
Nesta situação, os médicos aconselharam os familiares a despedirem-se de Freddy. “Tudo o que me lembro é da minha mulher a segurar a minha mão e dizer 'Freddy, tens de superar isto'. Ela disse-me várias vezes: 'eu sei que podes lutar contra isto'. Isto foi tudo o que eu pude ouvir claramente durante esse tempo, isso e as lágrimas do meu filho no meu estômago enquanto ele me abraçava e chorava. Sabia que tinha que lutar por ambos e queria dizer ao meu filho que iria sempre amá-lo e estar com ele."
Com o passar do tempo, Freddy foi recuperando e ficando cada vez mais forte e, quatro semanas depois, estava em casa. Os médicos ficaram surpreendidos com rápida recuperação do homem que, apesar de tomar muitos analgésicos, conseguiu andar pelo próprio pé para sair do hospital, com todas as enfermeiras a fazerem uma guarda de honra até à saída, revela o "Mirror".