A Rússia terá cometido mais um crime de guerra na manhã desta sexta-feira, 8 de abril. Uma família inteira foi atropelada pelas tropas russas em Avdiivka, na região de Donetsk. A tragédia foi partilhada pelo governador da região, Pavlo Kyrylenko, que publicou imagens do sucedido no Twitter.
Pavlo Kyrylenko começou por recordar na publicação outro ataque de igual gravidade e também considerado um crime de guerra: uma estação de comboios em Kramatorsk, na região de Donetsk, foi atingida por mísseis russos esta sexta-feira, tendo provocado a morte de 52 pessoas e o ferimento de outras 100, avança a CNN Portugal, num local onde não havia soldados ucranianos, tendo apanhado os civis desprevenidos.
Contudo, além desta atrocidade, o governador da região de Donetsk, lembra a família cujos corpos ficaram espalhados por um caminho de terra batida junto à habitação, após o ataque dos inimigos.
"Hoje, o mundo inteiro simpatiza com Kramatorsk, onde os nazis russos mataram pelo menos 52 pessoas numa estação de comboios, incluindo cinco crianças. Mas esta manhã, os russos cometeram outro crime de guerra — mataram uma família inteira em Avdiivka", escreveu Pavlo Kyrylenko ao lado das imagens (alertamos os leitores mais sensíveis para a violência das fotografias).
Pavlo Kyrylenko escreveu ainda num segundo post que "para o inimigo, quatro pessoas são apenas mais uma ordem executada, vários alvos destruídos". "Para nós é uma perda e uma tragédia. E não vamos parar até que todos os assassinos sejam punidos", garantiu.
Uma situação semelhante é ainda relatada em Makariv, na região Kiev, onde terão sido encontrados 132 corpos "torturados e mutilados", segundo uma publicação festa este sábado, 9, pelo ministério da Defesa da Ucrânia no Twitter.
A Ucrânia enfrenta este sábado o 45.º dia de guerra, que está essencialmente a ser marcado pelos dois ataques na região de Donetsk. Especialmente sobre os mísseis que atingiram a estação de comboios em Kramatorsk, surgiram várias reações sobre o facto de tratar-se de mais um crime de guerra por parte da Rússia.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já veio dizer que "toda a gente envolvida será responsabilizada" e avançou, numa entrevista ao programa “60 Minutes” da CBS, que há provas dos crimes em Bucha e Kramatorsk, segundo o "Observador". A União Europeia (UE) também já reagiu aos crimes de guerra, nas palavras de um porta-voz do Serviço Europeu de Ação Externa.
"Não deve haver impunidade para os crimes de guerra. A UE apoia medidas para garantir a prestação de contas pelas violações dos direitos humanos e do direito internacional humanitário”, cita a CNN Portugal. A UE também já classificou como "inaceitáveis” as tentativas da Rússia em desmentir os violentos ataques.
Desde que a guerra teve início, a 24 de fevereiro, mais de 11 milhões de pessoas já fugiram da Ucrânia e morreram, pelo menos, 1.626 civis, entre estes 132 crianças, de acordo com dados recentes divulgados pela ONU.