Vivemos numa era em que ter umas tatuagens aqui e acolá já é aceitável. No entanto, se estes desenhos e rabiscos cobrirem o corpo todo, a conversa já é outra – e há mesmo quem tenha vergonha de contratar pessoas com este aspeto. Foi o caso de Matthew Whelan, um britânico de 43 anos, que diz ser um exemplo deste caso, já que garante que foi vítima de discriminação no seu local de trabalho.

Matthew Whelan, também conhecido como King Of Ink Land (rei da terra da tinta, em português) ou como o homem mais tatuado do Reino Unido, tem 90 por cento do corpo coberto por mais de 300 tatuagens, de acordo com a "LAD Bible". E admite que o seu look inusitado já lhe trouxe inúmeras complicações ao longo da vida.

O exemplo mais recente desta sua realidade aconteceu na sequência de uma visita dos seus chefes ao call center onde trabalha, em Birmingham, no Reino Unido. Isto porque foi transferido de uma zona do escritório para outra, como se o quisessem esconder para que não fosse visto.

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Isto fê-lo pensar sobre as restrições que permeiam os locais de trabalho, relativamente aos visuais dos colaboradores. "Tu restringes-te a ti mesmo por seres diferente", frisou, citado pela mesma publicação. "Acho que o dress code devia incidir apenas sobre isso mesmo – a roupa", continuou, acrescentando que o resto do visual de uma pessoa não deveria ser um fator de avaliação.

Ainda assim, mesmo que em trabalhos corporativos se sinta limitado, Matthew Whelan garante que no mundo da representação a realidade é bem diferente. É que já desempenhou vários papéis na ficção, sendo um deles na série da BBC "Doctors" – apesar de ter noção que não seria adequado participar noutros projetos, nomeadamente aqueles que remontem a épocas mais remotas, dando o exemplo de "Downtown Abbey".

E a par do sucesso que tem no mundo da representação, não deixa de reconhecer que a sua participação é requisitada para fazer papéis específicos, como de presidiários, perpetuando um estereótipo negativo em relação à sua imagem. No entanto, garante que não mudaria nada na sua aparência e que está satisfeito em viver a vida como uma "obra de arte viva".