Depois de mais de três dias a contar votos, Joe Biden reúne atualmente 273 delegados eleitos no Colégio Eleitoral, número que lhe concede a vitória nas eleições presidenciais norte-americanas — precisava apenas de 270. Assim, o candidato democrata é eleito o 46.º presidente dos Estados Unidos, e derrota Donald Trump, candidato republicano e atual chefe de estado. Kamala Harris faz história, sendo eleita como a primeira vice-presidente mulher.
A CNN foi a primeira estação a declarar Joe Biden próximo Presidente dos EUA. Logo de seguida, também a NBC, a CBS e a ABC avançaram com a notícia da vitória de Joe Biden como o 46º Presidente dos Estados Unidos da América. O mesmo já foi reconhecido pela Associated Press e a televisão Fox News.
O anuncio aconteceu após sair uma atualização de números na Pensilvânia, que deram 356 votos a Donald Trump e 2.431 votos a Biden, ou seja, 85% dos votos antecipados que estavam a ser lidos. Biden tem então agora os 273 votos no Colégio Eleitoral necessários para assegurar a Presidência.
O anúncio foi feito com emoção, tal como se pode ver nas imagens transmitidas em direto na CNN, nas quais se vê que o jornalista Van Jones não consegue conter as lágrimas.
Pelas ruas de Nova Iorque também já se começou a fazer a festa.
Desde o início da contagem dos votos que este estado era favorável a Donald Trump, mas a liderança do candidato republicano foi ficando menor, até virar para os democratas.
Esta é uma eleição marcada pelas alegações de fraude de Donald Trump, que já tentou instaurar vários processos para impedir os estados restantes de contar os votos, que considera "ilegais" — Trump refere-se aos votos por correio, que favoreceram Joe Biden.
Entretanto, Joe Biden fez uma publicação no Twitter a pronunciar-se sobre a vitória. "América, sinto-me honrado por me terem escolhido para liderar o nosso grande país. O trabalho à nossa frente será árduo, mas prometo-vos isto: serei um Presidente para todos os americanos - quer tenham votado em mim ou não. Manterei a fé que depositaram em mim", diz.
No mesmo sentido, Kamala Harris diz: "Esta eleição é muito mais do que o JoeBiden ou eu. É sobre a alma da América e a nossa vontade de lutar por ela. Temos muito trabalho à nossa frente. Vamos começar".
Já Donald Trump permanece em silêncio e é até a equipa que está à frente de uma conferência de imprensa, nas traseiras de uma pequena empresa nos subúrbios de Filadélfia, que começou com Rudy Giuliani, advogado, a falar. “Nenhum republicano teve hipótese de olhar para estes boletins. De longe, alguns pareciam suspeitos mas não podemos dizer porque não conseguimos ver!”, afirma o advogado. “Como diz um amigo meu, ‘não acredito em conspirações, mas também não acredito em coincidências'”, acrescenta.
Pode ver a conferência em direto aqui.
O atual presidente dos Estados Unidos chegou a afirmar num dos seus últimos discursos que os votos ilegais lhe estavam a "roubar a eleição", afirmações que levaram vários canais norte-americanos a cortar a emissão e a corrigir as falsas declarações de Trump — embora não existam quaisquer provas que esteja a acontecer uma fraude eleitoral, nem a campanha de Trump forneceu provas que sustentem as alegações.
"O presidente está a fazer falsas acusações, sem bases, anunciou que venceu em estados que não foram projetados ou declarados", alertou a pivot da ABC. A MSNBC também mudou a emissão para o estúdio, onde o pivot declarou que Trump estava a fazer alegações falsas. "O presidente fala de fraude eleitoral, não existem quaisquer provas de que isso esteja a acontecer. Existiram alegações de fraude por parte da campanha republicana, mas estes foram incapazes de apresentar provas."
No Twitter, Donald Trump insistiu na mesma linha de discurso. "Eu ganho facilmente a presidência dos Estados Unidos com votos legais. Não foi permitida aos observadores, de forma alguma, a realização de seu trabalho e, portanto, os votos aceites neste período devem ser considerados votos ilegais. O Tribunal Supremo dos EUA deve decidir”, escreveu na conhecida rede social.