As eleições legislativas de Espanha, que decorreram este domingo, 23 de julho, estão a fazer com que a formação de um governo seja mais difícil. Ainda que o Partido Popular (PP), liderado por Alfredo Feijóo, tenha sido o vencedor destas eleições, nem o bloco de direita, nem o de esquerda conseguiram a maioria absoluta.
O PP conseguiu 136 deputados, registando um aumento de 47 assentos no parlamento, seguido do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), com 122, segundo o "Jornal de Negócios". O VOX, que ficou em terceiro lugar com 33 lugares, foi o partido que mais sofreu neste ato eleitoral: perdeu 600.000 votos e recuou 19 assentos relativamente a 2019.
Isto significa que, mesmo que este partido de extrema-direita se coligue ao PP, continuarão a não conseguir atingir a maioria absoluta, para a qual são necessários 176 lugares. No caso dos socialistas, também iriam necessitar de mais partidos da esquerda para além do Sumar, que conquistou 31 deputados, afigurando-se como a quarta força política espanhola.
O candidato do VOX, Santiago Abascal, frisou que os resultados obtidos nestas eleições são "muito más notícias para muitos espanhóis", avança a SIC Notícias. Para justificá-los, levantou a hipótese de as sondagens terem sido manipuladas. "Estivemos lá durante toda a campanha a alertar para o perigo de algumas sondagens claramente manipuladas", acusou, apontando que está preparado para exercer a oposição e para repetir as eleições.
Estas são as XVI eleições gerais em Espanha desde o fim da ditadura, em 1977. E uma coisa é certa: face a 2019, a participação eleitoral cresceu. Isto é, no último ato eleitoral, a abstenção fixou-se nos 29,64%, tendo sido reduzida em 4,17 pontos percentuais este ano.