A história de amor de Loni Philbrick-Linzmeyer, norte-americana, e Kjartan Bergvist, dinamarquês, dava um filme. São de pontas opostas do mundo, mas não se conheceram em nenhum dos seus países de origem. Atualmente, vivem na Dinamarca com os três filhos, mas o amor que os une nasceu noutro ponto do globo, bem perto de Portugal, enquanto percorriam o Caminho de Santiago.

Tudo começou em 2013, quando ambos tinham 29 e 26 anos, respetivamente. Loni, a mais velha do par, era professora, e começou a questionar duas coisas: "os valores e o futuro". "Foi muito espontâneo, muito aleatório", começa por dizer Loni, em entrevista à CNN, acrescentando que estava a atravessar um período em que necessitava de ter tempo para refletir sobre o seu percurso.

Já Kjartan estava a precisar de uma pausa nos estudos de medicina. Sem saberem o que o destino tinha reservado para si, embarcaram numa jornada de autoconhecimento e acabaram a percorrer os Caminhos de Santiago – e é caso para dizer que os seus caminhos se cruzaram.

Depois de se verem pela primeira vez nas redondezas da cidade espanhola de Burgos, não trocaram mais do que um cumprimento, um hábito comum dos peregrinos. Mesmo assim, a mulher foi assolada, desde logo, pela ideia de que conseguiria mudar-se para Copenhaga com o rapaz – apesar de descartar o conceito de amor à primeira vista.

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Já em Burgos, falaram um pouco mais e acabaram por combinar um passeio no dia seguinte. "Fui dormir nesse dia com muita vontade de falar contigo na manhã seguinte", confessou, dirigindo-se à mulher, citado pela estação televisiva. Pela manhã, quando voltaram a encontrar-se, a conversa "fluiu rapidamente" – e, nas semanas que se seguiram, ainda em peregrinação, foram caminhando lado a lado, dando asas para que a conexão que sentiam crescesse.

Sempre respeitando o espaço um do outro, houve um dia que Kjartan já não queria que houvesse qualquer barreira entre ambos.  Quando a peregrinação chegou ao fim, Kjartan não foi capaz de pôr um ponto final naquilo que, em duas semanas, haviam construído – e uma troca de contactos, para que pudessem falar regularmente, não seria suficiente. Dizendo que "não queria voltar para casa" sem ela, o homem acabou por pedi-la em casamento.

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Kjartan e Loni com os filhos, em 2019. créditos: Facebook

"Nos meus desejos secretos, eu queria-o", começa por contar Loni, referindo-se ao pedido de casamento. "Acho que estava entusiasmada e um pouco nervosa", continua, acrescentando que não tinha dúvidas de que aceitar seria "a decisão certa" e que os dois conseguiriam fazer aquilo acontecer. "Era claro como a luz do sol – este é o caminho", continuou, citada pela CNN.

Loni acabou por contar a novidade à mãe, mas esperou pelo regresso a casa para fazer o mesmo com os amigos. E ainda que tivesse de voltar aos Estados Unidos para pôr ordem na sua vida, sabia que a sua vida passava pela Dinamarca. Isto porque, por uma questão de facilidade, seria mais fácil para si continuar a dar aulas noutro país do que para o companheiro, que ainda estava a acabar os estudos.

No início de 2014, seis meses depois de se conhecerem, Loni e Kjartan casaram-se em San Diego, na Califórnia. Só viram a morar juntos em 2015, quando a mulher se mudou oficialmente para Copenhaga. E, pouco tempo depois, o casal teve o primeiro filho – uma família que rapidamente aumentou, graças à chegada dos outros dois bebés.

Atualmente, a vida de ambos é um bocadinho diferente. Além de estarem ocupados a criar os três filhos, Kjartan já não está ligado à medicina, tendo enveredado pelo caminho da teologia, e Loni tem o seu próprio negócio de consultoria educacional. Mas de uma coisa continuam a ter a certeza: esta relação foi fruto do "divino".