Os dados são surpreendentes: quase dois terços dos jovens adultos dos EUA não fazem ideia de que, durante a Segunda Guerra Mundial, seis milhões de judeus foram exterminados pelas forças nazis. Além disso, um em cada dez acredita que os judeus foram os principais responsáveis pelo Holocausto e cerca de metade deste número não consegue identificar um único campo de concentração mantido durante o conflito armado.
Estes são alguns dos resultados de um inquérito apresentado esta quarta-feira, 16 de setembro, solicitado pela Conferência para Reivindicações Materiais Judaicas contra a Alemanha, uma organização judaica que preserva não só a memória das vítimas, mas negoceia também indemnizações para as vítimas ou as famílias das vítimas do Holocausto.
Para este inquérito foram entrevistados jovens adultos entre os 18 e os 39 anos divididos entre dois grupos — os nascidos entre 1981 e 1994 e os nascidos depois de 1995. A investigação concluiu que 63% dos inquiridos desconhece que seis milhões de judeus foram exterminados durante o Holocausto e mais de 36% acredita que o número de mortes seria de menos de dois milhões.
Pior: quase um quarto dos entrevistados, o que corresponde a uma fatia de cerca de 23%, afirmou que o Holocausto não passa de um mito ou que a forma como é apresentada é exagerada e não corresponde à realidade. Já 12% dos entrevistados revela nunca ter ouvido falar do Holocausto.
“Os resultados do inquérito são chocantes, tristes e demonstram que devemos agir agora, enquanto os sobreviventes do Holocausto ainda estão connosco para partilharem as suas histórias. Precisamos de perceber porque é que não estamos a dar uma melhor e mais eficiente educação sobre o Holocausto e as lições do passado às gerações mais jovens", explicou Gideon Taylor, presidente da Conferência para Reivindicações, ao jornal "The Guardian".
Além da falta de conhecimento sobre a extermínio do povo judeu durante o Holocausto, denunciada pela Conferência para Reivindicações, a associação demonstra-se ainda preocupada com mais uma conclusão do estudo — a de que mais de metade dos jovens adultos inquiridos (cerca de 56%) diz já ter sido exposta a símbolos nazis nas suas redes sociais, enquanto 49% dos jovens garantem já ter lido publicações negacionistas do extermínio judeu durante a Segunda Guerra Mundial.