Jessica Powell, uma professora da Geórgia, nos Estados Unidos, viu a sua vida mudar para sempre há mais de uma década. Aos 28 anos, desmaiou em casa devido a uma combinação de doença hormonal e uma virose estomacal. O que parecia ser uma situação de emergência tratável tornou-se num verdadeiro pesadelo: acabou por acordar no hospital com as duas pernas amputadas acima dos joelhos.

Jovem teve de ser resgatado 2 vezes do Monte Fuji (e tudo porque foi à procura do telemóvel)
Jovem teve de ser resgatado 2 vezes do Monte Fuji (e tudo porque foi à procura do telemóvel)
Ver artigo

Agora, 12 anos depois, um tribunal na Geórgia deu-lhe razão. Jessica, hoje com 40 anos, e de acordo com o "Daily Mail", vai receber uma indemnização de 70 milhões de dólares (cerca de 65,5 milhões de euros), uma das maiores compensações atribuídas em casos de negligência médica no estado.

O caso aconteceu em março de 2013, quando Jessica foi internada de urgência no hospital Phoebe Putney Memorial, em Albany, onde os médicos administraram uma dose de Vasopressina, usada para aumentar a pressão arterial. Mas os níveis ultrapassaram em duas vezes e meia a dose máxima segura recomendada, ao longo de um período de 40 horas.

Segundo os advogados de Jessica, esta dose excessiva causou um bloqueio grave da circulação sanguínea para a parte inferior do corpo, provocando necrose nos tecidos das pernas. Quando a medicação foi finalmente retirada, já era tarde demais.

Jovem de 23 anos teve 8 dedos amputados e 70% do corpo queimado por causa de um vulcão. Veja o antes e depois
Jovem de 23 anos teve 8 dedos amputados e 70% do corpo queimado por causa de um vulcão. Veja o antes e depois
Ver artigo

O caso arrastou-se durante mais de uma década, com os médicos e clínicas envolvidas a recusarem sempre qualquer responsabilidade. Alegaram que agiram de acordo com os padrões médicos e que o estado de Jessica já era crítico antes de dar entrada no hospital.

Mas o júri não ficou convencido e decidiu atribuir metade da culpa ao médico Joe Morgan e ao Albany Vascular Specialist Center, e a outra metade aos médicos James Palazzolo, Thomas Ungarino e à clínica Albany Pulmonary and Critical Care Associates. O hospital em si acabou por não ser considerado responsável no julgamento, pois já tinha chegado a acordo com Jessica antes do início do processo.

Para os advogados de Jessica, o veredicto foi um reflexo claro da responsabilidade dos profissionais envolvidos e da forma como lidaram com o erro. “Em vez de admitirem o erro, o que até poderia ter gerado alguma empatia do júri, disseram que foi tudo feito como planeado”, explicou Shane Lazenby, um dos advogados de Jessica. A indemnização agora atribuída deverá servir para compensar não só os danos físicos, mas também o sofrimento psicológico e as limitações que a professora enfrentou ao longo destes anos.