A guerra continua, mas os apelos ao boicote comercial também. Depois de empresas como a Apple ou a Disney terem anunciado virar costas à Rússia, a pressão face a outras marcar aumentou. Foram vários os consumidores que exigiram uma atitude das suas marcas favoritas e a verdade é que surtiu efeito. A lista de negócios que já se demarcaram do país invasor continua a aumentar — desta vez, entre cadeias de restaurantes e marcas de luxo. No entanto, ainda há quem se continue a operar com normalidade em território russo.

Os clientes da McDonald’s e a Coca-Cola recorreram às redes sociais para condenar a inércia das marcas face à invasão russa e temas como #BoycottMcDonalds e #BoycottCocaCola acabaram mesmo por chegar às tendências do Twitter. "Parem de beber Coca-Cola. Estão a recusar-se a excluir a Rússia. Vamos mostrar-lhes o poder das pessoas", lia-se num dos comentários.

Depois das críticas, eis que surge uma atitude. A McDonald’s, que abriu o primeiro restaurante em Moscovo em 1990 (sendo que a URSS foi dissolvida oficialmente no final de 1991), anunciou esta terça-feira, 8 de março, que vai encerrar temporariamente todos os seus estabelecimentos na Rússia, como protesto contra a invasão da Ucrânia.

Com a ressalva de que nenhum dos empregados sairá lesado, a empresa garante que vai continuar a pagar aos seus 62 mil funcionários que trabalham em território russo, que "têm dedicado a alma e o coração pela marca McDonald’s". Avança a Associated Press, citada pela CBS.

Na comunicação enviada aos empregados, atualmente disponível no site da marca, o CEO da empresa, Chris Kempczinski esclarece que a empresa "prestou apoio financeiro imediato" aos seus trabalhadores na Ucrânia, depois de 108 estabelecimentos no país também terem sido encerrados. "Continuamos a pagar salários na íntegra aos nossos empregados ucranianos e doámos 5 milhões de dólares para o nosso Fundo de Assistência a Empregados", frisa, com a garantia de que a McDonald's continua a "apoiar os esforços de ajuda liderados pela Cruz Vermelha Internacional na região", avança o jornal "Público".

"Os nossos valores significam não poder ignorar o sofrimento humano desnecessário que se tem desenrolado na Ucrânia", lê-se ainda.

Coca-Cola, Starbucks e KFC demarcam-se da Rússia. Burger King continua sem se manifestar

No mesmo dia em que a empresa McDonald's se posiciona contra a Rússia de Putin, Coca-Cola e Starbucks seguem o mesmo caminho — esta terça-feira, 8, comunicaram publicamente a decisão. "Os nossos corações estão com as pessoa que estão a atravessar os efeitos inconsequentes deste trágico evento na Ucrânia", lê-se no comunicado partilhado pela Coca-Cola.

Neste sentido, o boicote comercial à Rússia assume várias facetas e há mesmo empresas que, embora continuem a operar em solo russo, também já condenaram (e sancionaram) a invasão. É o caso da KFC e da Pizza Hut, ambas do mesmo dono, que também já anunciaram que os investimentos futuros na Rússia foram suspensos. Continuam com as estabelecimentos abertos na Rússia, mas há uma explicação.

Todas as receitas dos cerca de mil estabelecimentos da KFC russos e dos cerca de 50 restaurantes da Pizza Hut no território serão doadas para missões humanitárias, avança a BBC.

Ainda assim, dentro do universo das cadeias de restaurante fast-food, ainda há marcas que continuam sem se manifestar: como é o caso da Burger King, que, até à data, não se posicionou em nenhum sentido, avança o jornal "The Guardian".

Da Zara à Ferrari, conheça algumas das marcas que já se posicionaram contra a Rússia

Também a empresa espanhola Inditex, proprietária de marcas como Zara e Pull&Bear e líder no setor de vestuário, anunciou este sábado, 5, que vai mesmo "suspender temporariamente" a atividade das cerca de 502 lojas na Rússia bem como nos sites operacionais em território russo.

"Dadas as circunstâncias atuais, a Inditex não pode garantir a continuidade das operações e condições de negócios na Federação Russa", anunciou o grupo num comunicado divulgado pela agência de notícias France-Presse (AFP), citado pela TSF.

Neste sentido, a Ferrari também já tomou a mesma decisão, mas vai mais longe: depois de já ter suspendido todas as atividades comerciais na Rússia, a empresa de luxo vai mesmo doar cerca de 1 milhão de euros à Ucrânia.

"A Ferrari está do lado de toda a gente afetada na Ucrânia por esta crise humanitária ainda a decorrer", frisou o CEO da marca italiana, Benedetto Vigna. "Enquanto esperamos pelo resultado rápido das negociações e uma solução pacífica, não podemos ficar indiferentes ao sofrimento de todos os afetados. Os nossos pensamentos estão com eles. Estamos a desempenhar o nosso pequeno papel em conjunto com as instituições que estão a fornecer ajuda imediata a esta situação", acrescentou.

Estas são algumas das marcas que também já viraram costas à Rússia.

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