Clare Green encontrou a filha Giorgia inconsciente no quarto, depois de esta ter utilizado acidentalmente demasiado desodorizante em spray. O incidente aconteceu a 11 de maio de 2022, em Derbyshire, na Inglaterra, e resultou na morte da menina de 14 anos.
De acordo com a BBC News, a menina, que sofria de autismo, tinha o hábito de colocar spray no seu cobertor e de se enrolar nele quando se sentia mais ansiosa, desencadeando uma sensação de calma e relaxamento. Não é um comportamento estranho para quem sofre deste distúrbio, afirma o site Autism Speaks, dado que estes indivíduos tendem a experienciar sensações tanto de hipersensibilidade (em excesso), como de hipossensibilidade (em falta), o que resulta numa procura por contrariar estes estímulos.
Em entrevista à BBC, o pai, Paul Green, garante que quando tudo sucedeu, a porta do quarto da menina, que sofreu uma paragem respiratória, estava aberta, pelo que o incidente não se deu em ambiente fechado. Afirma ainda "a quantidade [de desodorizante] é incerta, mas utilizou mais do que o normal".
Paul e Clare Green tentam agora consciencializar o máximo de pessoas relativamente aos perigos dos desodorizantes em spray, para tentar prevenir que a tragédia aconteça a outra família. O casal criou uma página na plataforma de crowndfunding JustGiving, com o intuito de espalhar informação sobre este tópico, e descobriu que mais crianças já morreram da mesma forma. Os pais exigem ainda rótulos mais claros nos produtos, de forma a avisar as pessoas dos potenciais riscos de utilização. "Não queremos que a morte da nossa filha seja em vão", diz Paul à BBC.
A Associação Britânica de Fabricantes de Aerossóis (BAMA) lamentou a morta de Giorgia, e deixou a recomendação às empresas para colocarem "mais avisos e instruções de utilização nos produtos, para além dos necessários por lei, e continuarem a rever os mesmos para garantir uma utilização segura dos aerossóis".