Mulher de 81 anos morreu depois de descobrir que carregava um bebé calcificado. Feto já lá estava há 56 anos

Daniela já andava a ser tratada no seu centro de saúde por causa de uma infeção urinária, mas as dores tornaram-se tão fortes que teve de dar entrada no hospital. Depois de descobrirem o feto, a mulher foi submetida a uma cirurgia.

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Uma mulher brasileira de 81 anos morreu no sábado, 16 de março, numa cirurgia a que foi submetida de urgência, depois de a equipa médica descobrir um bebé calcificado no seu ventre. Daniela Almeida Vera, a mulher, deu entrada na quinta-feira, 14, no Hospital Regional de Ponta Porã, em Mato Grosso, no Brasil, com queixas de fortes dores abdominais.

Antes disso, a mulher de 81 anos andava a ser tratada numa unidade de saúde perto de sua casa devido a uma infeção urinária, como reporta o portal “G1”, mas as dores tornaram-se tão intensas que Daniela precisou de ir ao hospital. Quando foi admitida, os exames que os médicos da unidade hospital realizaram causaram surpresa entre todos: Daniela tinha um “bebé de pedra” a pressionar o seu abdómen. Os médicos confirmaram que o feto se encontrava no ventre de Daniela há mais de cinco décadas, estimando uma data precisa de 56 anos. 

A condição, bastante rara, é conhecida como litopédio. "É um tipo raro de gravidez ectópica [quando o óvulo se desenvolve fora do útero], e ocorre quando o feto de uma gravidez abdominal não reconhecida morre e se calcifica. O 'bebé de pedra' é resultante e pode não ser detetado por décadas, podendo causar complicações futuras", disse o secretário de Saúde de Ponta Porã, Patrick Derzi, citado pelo portal brasileiro.

Veja o vídeo.

O procedimento para remover o feto foi feito no dia seguinte, a 15 de março, e a mulher de 81 anos sobreviveu, tendo sido encaminhada para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). No entanto, morreu no dia seguinte. A causa da morte de Daniela foi uma infeção generalizada, que terá aparecido depois da urinária. Daniela tinha sete filhos e 40 netos. 

Segundo Rosely Almeida, filha de 21 anos da mulher, a mãe tinha muito medo de ir ao médico, sendo este um dos fatores pelo qual o bebé ainda se encontrava no seu ventre. “Ela era antiga e somos indígenas, ela não gostava de ir ao médico e tinha medo dos aparelhos para fazer exames”, explicou, citada pelo “G1”.