A Convenção Nacional Democrata, em Chicago, nos EUA, já vai na terceira noite consecutiva, mas nem assim deixa de surpreender. Desde segunda-feira, 19 de agosto, que Kamala Harris e Tim Walz assentaram na cidade do estado de Illinois para passar a sua mensagem democrática, uma vez que Kamala está a concorrer para presidente do país norte-americano (e Tim Walz será o seu vice-presidente), e os convidados que já subiram ao palco para enaltecer as qualidades da ainda vice-presidente de Joe Biden são de renome. No entanto, na noite de quarta-feira, 21, houve mais uma surpresa.

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Depois de nomes como Barack e Michelle Obama e Hillary e Bill Clinton discursarem em noites anteriores, Oprah Winfrey apareceu de surpresa na noite de Tim Walz, e a alegria do público foi contagiante. A apresentadora de televisão, que é uma das mulheres mais poderosas de todo o mundo, não fazia parte da lista entregue por Kamala Harris e Tim Walz de oradores que iriam estar presentes, mas Oprah fez questão de ir a público pela primeira vez numa convenção política, segundo o jornal “Expresso”, e apoiar os candidatos democratas, que estão a votos contra Donald Trump.

“Nós somos americanos. Vamos escolher a lealdade à Constituição em vez de lealdade a um qualquer indivíduo, porque isso é o melhor da América. Vamos escolher o otimismo em vez do cinismo, porque isso é o melhor da América. Vamos escolher inclusão em vez de retribuição, vamos escolher a calma e vamos escolher o senso comum em vez do disparate, porque isso é o melhor da América”, disse Oprah. O discurso da apresentadora centrou-se na liberdade dos norte-americanos e na união do povo, e durante 15 minutos todos os olhos presentes estavam focados nas palavras de Oprah Winfrey. 

“Vamos escolher a verdade, vamos escolher a honra, e vamos escolher a felicidade! Vamos escolher a liberdade. E como todos nós somos americanos, vamos escolher Kamala Harris”, acrescentou. Ao longo do seu discurso, Oprah nunca mencionou o nome de Donald Trump e de J.D. Vance, o candidato republicano a vice-presidente, mas fez claros comentários sobre a sua campanha eleitoral. “Há pessoas que querem assustar-vos, que querem governar-vos. Pessoas que vos querem fazer acreditar que os livros são perigosos e as espingardas de assalto são seguras, que há uma forma correta de adorar e uma forma errada de amar. Pessoas que procuram primeiro dividir e depois conquistar”, disse. 

No entanto, algo que foi dito em abundância foram os elogios rasgados a Kamala Harris, onde Oprah Winfrey revela que a sua força e determinação farão com que as próximas gerações se lembrem do seu nome. “Parece-me que, na escola e em casa, alguém fez um belo trabalho ao mostrar a esta jovem como desafiar as pessoas no topo e dar poder às pessoas na base. Mostraram-lhe como olhar para o mundo e ver não apenas o que é, mas o que pode ser”, disse. “E em breve e muito em breve, vamos ensinar às nossas filhas e filhos como esta filha de mãe indiana e pai jamaicano cresceu e se tornou a 47.º presidente dos Estados Unidos”, acrescentou.

Além disso, a influente apresentadora de televisão chegou mesmo a dizer que “a liberdade não é gratuita”, e há que construir uns Estados Unidos da América com a promessa de trabalho duro. “A liberdade não é gratuita. A América é um projeto contínuo. Requer comprometimento. Requer estar aberto ao trabalho duro e ao trabalho do coração da democracia”, disse.

Mais no final, Oprah não escondeu o racismo, o sexismo e a desigualdade que viveu no país, mas garantiu que, no final, todos estão lá para o mesmo. “Apesar do que alguns querem que pensemos, não somos assim tão diferentes dos nossos vizinhos. Quando uma casa está a arder, não perguntamos a raça ou a religião do proprietário. Não nos perguntamos quem é o seu parceiro ou como votou. Não, apenas tentamos fazer o melhor que podemos para os salvar”, acrescentou.

Na noite de quarta-feira, 21 de agosto, noite em que Tim Walz oficializou a sua candidatura a vice-presidente dos EUA, o palco não foi só de Oprah Winfrey, e muitos outros nomes conhecidos fizeram parte da festa. Enquanto Bill Clinton este presente e fez um discurso mais político, John Legend e Stevie Wonder animaram o público com o seu talento para a música e Mindy Kaling e Kenan Thompson lançaram piadas para tornar o ambiente mais descontraído.

Esta convenção serve para dar a conhecer os projetos e ambições democráticas do partido antes das eleições, uma vez que os norte-americanos vão às urnas a 9 de novembro.