O artista norte-americano Spencer Tunick, de 54 anos, levou cerca de 200 pessoas para uma zona rochosa no Mar Morto, que posaram nuas e com o corpo pintado de branco para mais uma fotografia inédita com o objetivo de despertar a consciência para o facto de o mar estar a recuar cerca de um metro por ano. É já o terceiro ano que o cenário é montado no sul de Israel e perde-se a conta aos projetos semelhantes que Tunick já fez, um deles em Portugal.

Não é por acaso que os corpos foram pintados de branco nesta última edição, que se junta às mais de 95 que Spencer Tunick já criou. A cor simboliza a história bíblica da mulher de Lot, que ter-se-á transformado numa estátua de sal, explicou o artista, segundo o "The Guardian". Homens e mulheres, todos com mais de 18 anos, juntaram-se então no Mar Morto e seguiram as orientações de Tunick, que antes do clique pediu aos participantes para colocarem os pés juntos e as mãos para baixo.

O resultado é uma fotografia esteticamente impactante e que, ao mesmo tempo, quer passar uma mensagem clara sobre as alterações climáticas. Para isso, decidiu representar a vida humana. "Para mim, o corpo representa beleza, vida e amor", disse Tunick. Uma das participantes, Anna Kleiman, de 26 anos, frisou que "depois de tirar a roupa é uma sensação muito natural".

O projeto teve o apoio do turismo de Israel, ainda que alguns líderes conservadores se opusessem à fotografia. No entanto, para Nisan Ben Hamo, prefeito da cidade de Arad, será uma oportunidade para atrair visitantes e ajudar a constituir um novo museu sobre o Mar Morto.

A primeira instalação de Spencer Tunick no Mar Morto foi em 2011 e atualmente é possível visitar todos os seus trabalhados no Museu de Arte do Mar Morto, em formato online. 

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O artista e fotógrafo já passou por Portugal, em 2000, ano em que fotografou centenas de pessoas nuas em Santa Maria da Feira, em Portugal. Em 2016 escolheu a cidade de Hull, na Inglaterra, para dar continuidade ao projeto, e ao longo da carreira juntam-se locais como a Opera House de Sidney, a Places des Artes, em Montreal, e a cidade de Munique, na Alemanha.

Mesmo no ano marcado pela pandemia, Spencer Tunick não parou com o projeto, mas em vez de os corpos nus terem sido expostos na rua, foram fotografados online durante o confinamento. "A minha capacidade de fazer arte parou, mas ainda sentia a necessidade de me conectar e criar. No início, não me conseguia motivar mas, com esta nova série através de videoconferência, surgiu a capacidade de me voltar a conectar com a comunidade global", disse na altura à TVI24.