O foguetão chinês Long March 5B, que estava previsto cair descontroladamente na Terra durante este fim de semana, já entrou na atmosfera e os destroços, provocados pelo calor e fricção na entrada, caíram sobre o mar este sábado, 30 de julho, mais precisamente no oceano Pacífico, pelas 17h45 (hora de Portugal continental), tal como foi confirmado pelo comando Espacial dos Estados Unidos.
A reentrada do foguetão, que viajava a 28 mil quilómetros por hora, estava prevista para entre as 10h14 de sábado, 30, e as 19h08 de domingo, 31, e Portugal fazia parte da lista de países (juntamente com Espanha, França, Itália, Grécia, Malta e Bulgária) que poderiam ser atingidos pelos detritos do foguetão com entre 17 e 22 toneladas de massa.
A maior parte dos destroços desintegrou-se sobre o mar de Sulu, entre a Malásia e as Filipinas, de acordo com a Agência Espacial Tripulada Chinesa, e há vídeos a mostrar o acontecimento — alvo de críticas.
Isto porque o foguetão lançado para o espaço a 24 de julho faz parte de três módulos da estação espacial Tiangong, que deverá estar plenamente operacional no final do ano, e há especialistas a apontar o sucedido como uma má prática espacial da China.
"A República Popular da China não partilhou informações específicas sobre a trajetória quando o foguete Longa Marcha 5B estava em direção à Terra", começou por escrever o administrador da NASA, Bill Nelson, no Twitter. "Todas as nações espaciais devem seguir as melhores práticas estabelecidas e fazer sua parte para partilhar esse tipo de informação com antecedência para permitir previsões confiáveis do potencial risco de impacto de detritos, especialmente por instrumentos pesados, como o Long March 5B, que carregam um risco significativo de perda de vidas e propriedades", pode ler-se.
A China tem uma nova oportunidade para mostrar melhores práticas, uma vez que ainda este ano está previsto o lançamento de um segundo foguetão Long March 5B. Contudo, já há especialistas a alertar para uma nova entrada não controlada de destroços na atmosfera.