O ataque não terá atingido os reatores nucleares e já foi extinto, com garantias de que os níveis de radiação nuclear não subiram. De acordo com Rafael Grossi, diretor geral da Agência de Energia Atómica, duas pessoas ficaram feridas e a integridade das unidades produtoras de energia não foi afetada nem tão-pouco afetou os níveis de radiotividade na zona. A unidade está agora sob controlo russo.

Este incêndio, provocado esta madrugada pelas forças militares russas em Zaporíjia, no sudeste da Ucrânia, levou a um apelo desesperado de Volodymyr Zelensky.

"A Europa tem de acordar agora. A maior central nuclear da Europa está a arder. Neste momento, os russos estão a disparar contra unidades nucleares. São tanques equipados com visão térmica. Ou seja, eles sabem contra o que estão a disparar. Eles têm estado a preparar-se para isto!", escreve o presidente ucraniano na rede social Instagram.

Zelensky relembrou ainda a catástrofe de Chernobyl, em 1986. "Foi uma catástrofe global. Centenas de milhares de pessoas sofreram as consequências". "Eles ameaçam o mundo com uma catástrofe nuclear. O exército russo tem de ser parado imediatamente. Apelem aos vossos políticos. A Ucrânia tem 15 centrais nucleares. Se acontecer uma explosão, é o fim. É o fim da Europa. Só uma acção europeia imediata pode parar as tropas russas. Não permitam a morte na Europa provocada por uma catástrofe nuclear", apelou o presidente ucraniano.

Esta manhã, em Bruxelas, acontece uma reunião extraordinária da NATO, onde os ministros dos Negócios Estrangeiros vão discutir os próximos passos a dar pelos países que integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte. Em cima da mesa poderão estar mais sanções, fechar o espaço aéreo da Ucrânia (algo já pedido por Zelensky), estratégias de defesa, a criação de corredores humanitários (que, de resto, terá sido acordada esta quinta-feira, 3 de março, entre as delegações ucraniana e russa, na segunda ronda de negociações) ou outro tipo de posição mais ofensiva.

Em solo ucraniano, os ataques continuaram durante a madrugada desta sexta-feira. 4 de março. 47 pessoas morreram na sequência de ataques aéreos numa zona residencial na cidade de Chernihiv. A cidade portuária de Mariupol tem estado sob ataque permanente das forças militares russas, sendo este um ponto estratégico, situado no sudeste da Ucrânia, junto ao Mar de Azov. A cidade de Kherson também já está sob domínio russo e o cerco aperta em torno da capital ucraniana, Kiev.

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