Marlène Schiappa, secretária da Economia Social e Solidária e Vida Associativa de França, é capa da revista "Playboy" e está a ser bastante criticada. A primeira-ministra francesa também não gostou da decisão, principalmente numa época marcada por violentos protestos devido ao aumento da idade da reforma.
Marlène não surge despida e a sua aparição na revista é acompanhda de uma entrevista de 12 páginas, onde falou sobre os direitos das mulheres e dos homossexuais e ainda sobre o direito ao aborto, revela o "Notícias ao Minuto". Esta edição da revista irá sair na quinta-feira, dia 6 de abril.
“Defender o direito de as mulheres fazerem o que quiserem com os seus corpos está em todo o lado e a toda a hora. Em França, as mulheres são livres. Mesmo que isso incomode os retrógrados e hipócritas”, escreveu a secretária de Estado no Twitter.
A decisão da feminista de 40 anos não agradou aos partidos de direita nem a Élisabeth Borne, primeira-ministra de França, que considera que Marlène ultrapassou os limites e cometeu um erro ao posar para a Playboy. Segundo o “Le Parisien”, a primeira-ministra francesa terá telefonado para a secretária de Estado para lhe dizer que a sessão fotográfica para a Playboy não lhe agradou, principalmente num contexto de revolta social, devido ao aumento da idade da reforma.
Sandrine Rosseau, deputada d'Os Verdes e ativista dos direitos das mulheres também se manifestou. “Onde está o respeito pelo povo francês? Pessoas que vão ter de trabalhar mais dois anos, que se estão a manifestar, que estão a perder dias de salário, que não estão a conseguir comer por causa da inflação. Os corpos das mulheres devem poder ser expostos em qualquer sítio, não tenho um problema com isso, mas há um contexto social”, disse ao canal BFM, segundo a CNN Portugal.
Jean-Luc Mélenchon, ex-candidato presidencial, também se manifestou no Twitter, relembrando que Emmanuel Macron, presidente do país, também deu uma entrevista a uma revista para crianças. “França está a descarrilar”, escreveu.
Jean-Christophe Florentin, editor da revista "Playboy", defendeu Marlène Schiappa, dizendo que esta é a ministra do Governo “mais compatível com a 'Playboy'”, “porque está ligada aos direitos das mulheres e entendeu que não é uma revista para homens velhos, mas que poderia ser um instrumento para a causa feminista”, conforme cita o “Le Monde”.